Entrevista com os The Lazy Faithful
O Watch & Listen esteve à conversa com o vocalista e guitarrista da banda, Tommy Hogg. Na entrevista falou-se de inspirações musicais, festivais, do álbum de estreia da banda e ainda do roupão do Tommy. Isto e muito mais para se ler na entrevista aqui em baixo.
Watch and Listen: Quando e como é que decidiram formar a banda?
Tommy: Eu e o João (Guitarra) formamos a banda em 2007, com outros elementos, ainda andávamos todos na escola e eu já tinha tido bandas antes. A música era (e continua a ser) uma parte muito importante da minha vida, e como tinha recentemente saído duma banda que formei decidi começar de novo. A adição do Rafa (Baixo) e do Gil (Bateria) aconteceu em 2010. Já conhecia o Rafa desde o secundário e vi-o a tocar baixo noutra banda com quem demos um concerto. Quando perdemos os elementos anteriores pensei logo nele como substituto mas não conhecia nenhum baterista. Conhecemos os Gil (bateria), através do Rafa, fizemos uma audição e pronto, a banda ficou assim.
W&L: Quais são as vossas inspirações musicais?
T: Eu não posso falar por todos mas sei que no início as bandas
que me inspiraram a formar os Lazy eram do género The Clash e MC5, grupos de
punk e garage. Outra grande influência pessoal são os The Who. Ouvimos um pouco
de tudo. Neste momento descobri os Big Star (banda dos anos ’70) e deve ser o
que ando a ouvir mais agora.
W&L: Porquê em inglês? Acharam que as letras ficavam melhor em inglês ou é uma forma de chegarem as mais pessoas?
T: Primeiro porque sou meio inglês, para mim é natural falar e
cantar em inglês. Não gosto da minha voz quando canto em português, não sei
porquê. E todas as minhas grandes influências também cantam em inglês, houve
uma altura há uns anos atrás em que escrevi uma música em português para os
Lazy, mas não correu bem e deixamos de tocá-la.
W&L: Quem é o autor por detrás das vossas letras?
T: Neste momento a música é espalhada por nós todos, mas a
composição da letra é feita por mim.
W&L: Falem-me sobre o vosso álbum de estreia:
demoraram algum tempo para chegarem ao que queriam ou já tinham uma ideia
concreta sobre o que queriam fazer?
T: Ao longo da gravação do disco fomos descobrindo a direção
pretendida, por isso é que está muito heterogéneo. A versão da “Easy Target”
que aparece no disco é a 3ª versão diferente da música, estivemos no estúdio mais
ou menos 3 meses e houve músicas que foram escritas ou acabadas durante a
própria gravação. “Two Lines in the Sky”, “Down In One”, “Don’t let it be” e “Discussions” foram todas
estreadas no estúdio.
W&L: Vocês estiveram a fazer alguns show-cases na
Fnac no princípio do ano. Como foi essa experiência?
T: Foi positiva. Nem sempre tínhamos muito público mas tocámos
bem e acho que conseguimos apropriar o nosso espetáculo àquele tipo de palco.
W&L: Como é que o Tommy se lembrou de começar a atuar
com um roupão?
T: Não me lembro bem quando tive essa ideia mas sei que vi uma
foto do Pete Townshend dos The Who num concerto com um roupão prateado e gostei
da ideia. O roupão é branco e de toalha porque era o que havia por perto na
altura. É uma tentativa assumidamente falhada de levar um pouco de glamour para
o palco.
W&L: Vocês já atuaram no MEO Marés Vivas e no
Vodafone Mexefest. Como é a experiência de tocar em festivais?
T: Os festivais são muito divertidos para nós, e este ano
tivemos alguns. Para já os nossos preferidos tem sido os novos como o Indie
Music Fest e o Coz Village Festival. Nestes festivais mais pequenos ficamos a
conhecer a organização melhor e ficamos todos amigos e acaba por ser uma
experiência muito positiva para todos. Agora estamos entusiasmados para o Mêda+
na Guarda. Tivemos a oportunidade de tocar no Marés Vivas duas vezes e foi bom
também. E no Mexefest. É sempre bom tocar em festivais porque geralmente os
públicos são maiores e há sempre aquele vibe de festa.
W&L: Vocês ouvem mais música portuguesa ou
estrangeira? Ou isso não interessa desde que gostem da música?
T: Eu oiço muita música estrangeira, o Gil tem muito maior
conhecimento de música nacional. Mas gosto de música portuguesa e acho que está
cada vez a tender para uma direcção mais interessante.
W&L: A vossa editora é a mesma que a das Anarchicks,
já ponderaram em fazer uma colaboração com elas? Ou com outras bandas?
T: Por acaso nunca pensei nisso mas era uma proposta
interessante, ainda não fomos abordados por ninguém. Já não estamos na Chifre,
foi uma separação amigável.
W&L: Vocês têm algum ritual antes de atuarem?
T: Nem por isso, nem costumamos ter tempo para rituais ainda,
estamos demasiado preocupados a ver se está tudo no sítio.
W&L: No dia 28 de junho, vocês estiveram presentes no evento do Tradiio onde atuaram várias bandas como JUBA, O Quarto Fantasma, Salto, entre outras. Como acham que está o panorama musical português neste momento?
T: Está muito forte, nos últimos anos tem surgido bandas muito
interessantes com quem já partilhamos o palco algumas vezes. Há muitos
festivais neste momento e os músicos têm hipótese de ser confrontados com
diferentes vertentes musicais de todo o mundo e isso também é um factor
importante. No entanto não sou perito na coisa e admito que devo ser dos menos
atentos a essas coisas na banda, vivo um bocado no passado e no estrangeiro mas
ainda vou ouvindo umas coisas.
W&L: Como surgiu o nome The Lazy Faithful?
T: Foi uma sugestão do meu pai, o significado não é muito
importante sinceramente, apenas gostei da estética das duas palavras juntas.
W&L: Se pudessem realizar e escrever um filme seria
sobre o quê?
T: Se fosse eu a decidir acho que fazia um filme sobre a carreira
dos The Band. Nem sei porque é que ainda não foi feito, têm surgido bastantes
bons biopics nos últimos anos como Control,
Ray, Walk the Line etc. Acho que The Band também devia ter um.
W&L: Qual é a próxima paragem para os The Lazy
Faithful?
T: Estrada, escrever novas músicas, ir para o
estrangeiro, tocar em festivais e palcos maiores, pensar em gravar um disco
novo, estes e outros objectivos estão em cima da mesa neste momento.
Fiquem a conhecer um pouco os elementos dos The Lazy Faithful (cliquem nas imagens para verem maior):
Entrevista com os The Lazy Faithful
Reviewed by Watch and Listen
on
julho 26, 2014
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