Entrevista aos Thunder & Co. : "Tudo é possível quando a alma não é perecível"
No passado dia 4 de Março, estivemos à conversa com os Thunder & Co. no Talkfest, onde a banda atuou na noite de encerramento do festival. Os Thunder & Co. são formados por Rodrigo Gomes e Sebastião Teixeira, e embora sejam recentes, já dão muito que falar. Lançaram o seu primeiro álbum "Nociceptor" na passada segunda-feira, dia 9 de Março. Na entrevista falou-se de origens, do álbum de estreia, de "Apples" e até da Wikipedia. No final houve tempo de se fazer um jogo inspirado na "Apples", com a banda. Fica abaixo a entrevista na íntegra, juntamente com as fotos e o vídeo do jogo.
Watch And Listen: Como surgiram os Thunder & Co. e porquê o nome?
Sebastião : Em relação ao nome temos uma boa história! Nós tínhamos de entregar um remix para um concurso dos The Rapture, da música "How Deep Is Your Love?". E esse remix era por causa da DFA, que era a editora dos LCD Soundsystem, cujo logotipo é um raio. E nós na altura não tínhamos nenhuma nome, então ficou Thunder & Co. para ver se ganhávamos. Não ganhamos. Mas chegamos aos 10 finalistas... porque os subornamos. Em dólares.
Rodrigo: E a banda surgiu assim. Quando nós chegamos aos 10 finalistas e tivemos os membros dos The Rapture e dos Hot Chip a ouvir a música, e a comentar a música. E isto é verdade, não é como a história do nome inventada! Porque foi assim, nós submetemos a música e os 10 finalistas tiveram direito a uma transmissão em directo nos estúdios da DFA, com os gajos dos Hot Chip e dos The Rapture a comentarem e a escolherem os vencedores. Nós ficamos nos restantes. E nós ficamos tão entusiasmados com isto, com o facto de ter os gajos dos Hot Chip a ouvir a música e a comentar a música, que decidimos que devíamos fazer músicas nossas e originais. O remix acabou por ser uma brincadeira que foi levada um bocado mais a sério e trouxe-nos aqui. Isto é verdade... tudo verdade!
W&L: Podem falar-nos um bocado do vosso álbum de estreia, "Nociceptor"?
Sebastião: O álbum de estreia chama-se "Nociceptor" e sai na segunda-feira dia 9. É o nosso primeiro álbum. Vem na continuidade do EP. Partilha uma música com o EP, depois tem mais temas novos. Inéditos. E é bom. E já é mais consistente que o trabalho anterior, que era só uma colecção das músicas que nós tínhamos. E é bom. Acho que vocês devem ouvir!
W&L: Descrevam-nos o vosso estilo musical.
Rodrigo: Então o nosso estilo é synthpop. Vais à Wikipedia e vês a definição. Mas é música electrónica, é pop. É música pop, electrónica.
Sebastião: Às vezes é disco. É electrónica, dança.
Rodrigo: É música para dançar!
Sebastião: Às vezes é música só para cantar. Outras vezes pode ser música para chorar... dependendo do estado de espírito. Se tiveres com os copos... ou choras, ou ris. Sei lá.
W&L: Como foi para vocês tocar no Vodafone Mexefest?
Rodrigo: Foi muito bom. A nossa sala estava cheia. Percebemos que haviam pessoas que já conheciam as nossas músicas e foi o nosso segundo ou terceiro concerto, se não estou em erro. E foi óptimo, foi óptimo.
Sebastião: Demos boas entrevistas antes, foi muito bom.
W&L: Podem falar-nos do videoclip da "Apples"?
Sebastião: O videoclip da "Apples" surge pela necessidade de brincar, com aquilo que era suposto fazer naquele programa 3D. E subvertendo a ideia, que se deve fazer coisas muito bem feitas, aquilo explora tudo o que é mal feito. Ou seja, o ponto bom na nossa música quando nós temos um teclado, a música electrónica, e se tem de fugir do que já lá está feito, para ser mais original... o vídeo é contrário. Vai buscar as coisas que lá estão, e já houve aquela banalidade toda. Depois é ter a cabeça genial de Samuel Simões que o fez, e que conta aquela narrativa toda bizarra. Mas pronto, o princípio é esse.
Rodrigo: Acho que é o primeiro vídeo no mundo que tem uma maçã que se masturba.
Sebastião: Mas não é o primeiro vídeo no mundo que tem um Jesus com aquela pila gigante. Têm de ir procurar à Wikipedia!
W&L: O quê que podemos esperar do vosso na sexta?
Rodrigo: Podem esperar músicas novas, que nunca ninguém ouviu.
Sebastião: E quatro pessoas a tocarem instrumentos. Algumas bebem de vez em quando. Depois param.
Rodrigo: Provavelmente vão ver o Sebastião a tocar as músicas, como se nunca as tivesse ouvido. É possível. É provável que eu me esqueça de uma ou outra letra.
Sebastião: É possível.
Rodrigo: E é possível que a seguir a nós entre o NBC e os D'alva.
Sebastião: E é possível que nesse curto espaço de tempo, estejamos lá.
Rodrigo. Tudo é possível quando a alma não é pequenível... Não, tudo é possível quando a alma não é perecível.
Podem ainda ver fotos do concerto de encerramento do Talkfest'15 no nosso Flickr.
Entrevista aos Thunder & Co. : "Tudo é possível quando a alma não é perecível"
Reviewed by Watch and Listen
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março 17, 2015
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