Vodafone Mexefest: as emoções percorreram a Avenida (1º dia)


Na passada sexta-feira, dia 27 de Novembro, teve início mais uma edição do festival Vodafone Mexefest que contou com grandes nomes da música portuguesa e internacional. O festival estava esgotado e isso notava-se pelas ruas e salas bastante concorridas e repletas de gente. A Avenida mexeu ao som de grandes nomes e não havia modo de permanecer-se quieto num só sítio devido à grande e boa oferta.

Portanto, tal como toda a gente, nós também descemos e subimos a Avenida várias vezes ao longo do festival. E de muito valeu a pena. O nosso primeiro concerto do Vodafone Mexefest foi na Igreja S. Luís dos Franceses com Anna B Savage. As nossas expectativas eram altas, mas Anna desiludiu. O local era verdadeiramente bonito e haviam condições para que tudo corresse bem. No entanto, faltou a condição essencial: a voz potente que se ouve no EP de estreia. Anna B Savage, deixa muito a desejar em termos de voz. É claramente fraquíssima em comparação ao que se ouve no EP. Ao vivo para já, Anna perde muitas qualidades e desmascara a voz potente que, na realidade, não existe. Ou pelo menos ainda não está corretamente desenvolvida. Anna é tímida e isso notou-se no concerto. Pouco ou nada comunicou com o público, e no fim foi-se embora sem sequer trocar uma palavra com o público. Relativamente à setlist, esta foi composta pelo EP de estreia da cantora. Foi um concerto razoável mas desilusório. Soube a muito pouco, talvez por Anna não ter feito jus às altas expectativas. Recomendam-se melhorias de voz.

Anna B Savage @ Vodafone Mexefest
 
De seguida, subimos a Avenida e fomos até à Sala Manoel de Oliveira do S. Jorge, para ver os Villagers. A sala estava cheia para ver a banda e o público tinha os olhos colados ao palco. Sorrisos não faltavam, e as pessoas mostraram-se bastante satisfeitas com o que estavam a ver. O ambiente vivido encaixou que nem uma luva nas nossas expectativas. Os Villagers passaram a todos os presentes uma sensação fantástica de paz e felicidade. Do pouco que vimos, conseguimos tirar o essencial: os Villagers sabem cativar o público. A razão para não termos visto o concerto todo de Villagers foi simples: LA Priest à mesma hora no Teatro Tivoli BBVA. Portanto, a necessidade fez-nos optar por ver metade de cada concerto. E em nada nos arrependemos. Depois de sairmos de Villagers, fomos diretas ao Tivoli para ver LA Priest. O ambiente que lá se vivia era totalmente oposto à paz sentida na Sala Manoel de Oliveira. O Tivoli parecia uma autêntica pista de dança e nós aderimos facilmente ao movimento. LA Priest deu uma grande festa, e o Tivoli também estava cheio e pronto para dançar ao som do músico. Poucas eram as pessoas que ainda se encontravam sentadas, e mesmo quem estava sentado mexia a cabeça e as pernas. Ninguém ficou indiferente e o músico pareceu feliz com isso. LA Priest lamentou apenas por o concerto ser tão cedo pois está habituado a tocar em horas mais tardias, com um público que geralmente "encontra-se quase a cair para o lado". Mas achamos que o músico terá ficado surpreendido que o público tenha aderido às danças frenéticas que a sua música pede, mesmo naquele horário. Pelo menos assim deu a entender.

Villagers & LA Priest @ Vodafone Mexefest 2015

Como uma atuação frenética não pode vir só, mal LA Priest acabou dirigimos-nos até ao Coliseu dos Recreios para ver os energéticos e simpáticos Chairlift. Já passavam alguns minutos desde a hora marcada e o público começava a ficar impaciente até que finalmente as luzes desligaram-se e os Chairlift subiram ao palco do Coliseu. Caroline e Patrick mostraram ao Coliseu o seu valor e levam uma das medalhas de ouro. Foram um dos melhores concertos do dia e do festival. Fantásticos e enérgicos os Chairlift tocaram canções já conhecidas por todos, mas foram as canções novas que predominaram esta setlist. O concerto foi curto e soube a muito pouco, mas magnífico. Caroline e Patrick sabem perfeitamente o que valem e não têm medo de o afirmar, realçar e mostrar. Destaque para "Ch-Ching" que meteu todo o Coliseu a abanar e a dançar freneticamente. E também a mostrar que já sabe a letra da canção. Os Chairlift estão de parabéns. A energia do duo é totalmente contagiante e todos os presentes conseguiram sentir isso. Não houve falta de variados movimentos de dança na plateia, durante todo o concerto. Confiamos que todos precisávamos de mais Chairlift. Soube fantasticamente bem, mas a muito pouco. Aguardamos esperançosamente por nova data, muito em breve.

Chairlift @ Vodafone Mexefest 2015 

De seguida voltámos ao Teatro Tivoli BBVA para ver os Ducktails. Os jovens tinham acabado de começar quando entrámos na sala e todos os lugares já se encontravam ocupados, como esperado por nós. As expectativas corresponderam à realidade, e facilmente os Ducktails conseguiram chegar à nossa lista de concertos favoritos do Vodafone Mexefest. Identificamos-nos bastante com o psicadélico dos jovens, e ao vivo a banda cativa e encanta. Deu para ouvir tanto malhas novas como antigas, mas maioritariamente ouviram-se canções do novo álbum "St. Catherine". Foi um bom concerto para se ver sentada enquanto se abana a cabeça e deixa-se, simplesmente, a música entrar e evadir o nosso corpo. A banda parecia bastante satisfeita e feliz com os resultados e o público adorou. E nós também. Confiamos que da próxima irão precisar de uma sala maior. De certeza que conquistaram novos fãs e ficamos felizes pela banda. Os jovens merecem.

Ducktails @ Vodafone Mexefest

Para acabar a noite em grande, fomos mais uma vez até ao Coliseu dos Recreios para ver o cabeça de cartaz do dia: Benjamin Clementine. Benjamin Clementine não nos é nenhum estranho, e foi a segunda vez que o vimos ao vivo. A primeira foi este ano no Super Bock Super Rock em que deu um concerto excepcional no palco secundário. Lembramos-nos bem que na altura não foi um concerto tão concorrido quanto isso, porque eram poucas as pessoas que o conheciam. Nem nós o conhecíamos e fomos apanhadas de surpresa quando o cantor subiu a palco e começou a cantar. A voz arrepiante e única de Benjamin logo nos encantou e conquistou e ficámos fãs logo após a primeira audição. Quando soubemos que Benjamin Clementine ia passar do palco secundário ao palco principal e ainda por cima como cabeça de cartaz, não conseguimos esconder a felicidade e a ansiedade para ver o concerto. Soubemos logo que ia ser um dos melhores concertos do festival, muito antes do Vodafone Mexefest começar e muito antes de sequer vermos o concerto. Benjamin Clementine no Coliseu dos Recreios é um sinónimo de felicidade. Não existem palavras suficientes que possam descrever o magnífico concerto a que assistimos. O Coliseu estava irrespirável. Todos queriam ver Benjamin Clementine. A plateia estava a abarrotar, não se via nem um lugar vago nas plateias e nos camarotes. A galeria estava cheia. Isto prova o quanto o cantor evoluiu e é incrivelmente emocionante termos acompanhado esta evolução. Logo no primeiro minuto em que foi entoada a sua incrível e única voz o Coliseu arrepiou-se, e rendeu-se perante Benjamin. As palmas e os assobios foram constantes e o Coliseu permaneceu (a maior parte do tempo) em silêncio para ouvir a voz arrepiante do cantor. Benjamin Clementine não só foi um dos melhores concertos do Vodafone Mexefest, como um dos melhores concertos das nossas vidas. Foi arrebatador e foram muitos os que se desmancharam em lágrimas. A beleza e magnitude do concerto não davam para menos. Benjamin encantou o mundo e no Coliseu não foi diferente. Benjamin Clementine está de parabéns. Totalmente de parabéns.

Terminámos aqui o nosso primeiro dia desta edição do Vodafone Mexefest e saímos do Coliseu de queixo caído. Benjamin deixou-nos totalmente boquiabertas. Quanto ao balanço geral do dia, a organização está verdadeiramente de parabéns. Foi magnífico.


Texto: Alexzandra Souza
Fotografias: Iris Cabaça
Vodafone Mexefest: as emoções percorreram a Avenida (1º dia) Vodafone Mexefest: as emoções percorreram a Avenida (1º dia) Reviewed by Watch and Listen on novembro 30, 2015 Rating: 5

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