Entrevista a Mirror People
Mirror People, o projeto do músico Rui Maia, tem um novo disco que se chama "Bring The Light" e saiu no dia 31 de março, por isso, falámos com o artista sobre o mesmo. Além do álbum, Rui Maia também nos contou como é ter vários projetos musicais, e de que maneira ocorreu a colaboração com Jonny Abbey. Fiquem com a entrevista completa em baixo.
Em primeiro lugar, quais
são as maiores diferenças entre o primeiro disco, “Voyager”, e o segundo,
“Bring The Light”?
São várias as diferenças
entre o "Voyager" e o "Bring The Light". No primeiro
trabalho tive a colaboração de vários vocalistas que fui conhecendo ao longo
dos anos, todos eles com os seus próprios projectos, desde o James Curd da DFA,
passando pela Rowetta, vocalista dos Happy Mondays até aos portugueses Thunder
& Co. Uma vez que senti alguma dificuldade em reproduzir os temas ao vivo,
pela impossibilidade de ter os colaboradores em cima do palco, para este
segundo trabalho "Bring The Light" decidi trabalhar só com o Jonny
Abbey, que dá a voz a todos os temas e tocamos ao vivo juntos com a adição do
João Pascoal (Baixo, vozes e sintetizador).
Esteticamente este novo
trabalho tem uma sonoridade com um toque mais 'pop sintetizado' enquanto o
primeiro álbum vive mais da influência 'disco sound'. O uso dos sintetizadores
com sons mais frios, caixas de ritmo e inexistência de bateria 'real', definitivamente
marca o som do "Bring The Light", enquanto o "Voyager" a
meu ver é um disco mais ligado à terra, onde os sons das percussões e sopros
são mais evidentes.
Considero o 'Bring The
light' um trabalho mais sólido uma vez que o disco foi todo escrito por mim com
o Jonny. Ou seja, é um trabalho a quatro mãos. Eu escrevi e gravei todos os
instrumentais, enquanto o Jonny escreveu as letras e deu as vozes aos temas.
Sinto o "Voyager" um disco com excelentes canções mas mais dispare,
no sentido de ter várias colaborações, que resultaram numa palete de cores
maior.
Como é teres tantos
projetos diferentes no mundo da música?
Encaro ter vários projectos
com naturalidade. Todos os projectos têm uma sonoridade diferente: X-Wife é uma
banda na qual faço parte, Mirror People é um projecto pop electrónico em que
existe sempre a colaboração entre eu e outros artistas. Como também sou DJ há
doze anos, tenho um lado que gosto de explorar, música de dança instrumental e
mais escura, virada para a pista de dança - como esses temas não encaixam nos
outros dois projectos que tenho desenvolvido, acabo por editá-los sob o meu
próprio nome, Rui Maia.
O Jonny Abbey dá voz aos
temas e o Rafael Silver masterizou o disco. Esta colaboração com os dois surgiu
de que forma?
Quando surgiu a ideia de
começar a compor o segundo álbum para Mirror People, comecei à procura de
vocalistas, à semelhança do que já tinha feito no passado. Conheci o Jonny por
duas canções que ele tinha editado. Como gostei do timbre de voz dele, então decidi
convidá-lo a vocalizar um instrumental meu. O trabalho foi super fluído, o que
me levou a decidir trabalhar o resto do álbum só com ele. A masterização ficou
a cargo do Rafael por sugestão do Jonny. O Rafael é baixista dos Lazy Faithful
e também é quem grava e mistura a própria banda. Eu gostei imenso do trabalho
dele e decidi convidá-lo a rematar esta aventura que foi o "Bring The
Light".
Porque é que decidiste dar
o nome “Bring The Light” ao novo trabalho?
O título do álbum foi
escolhido no sentido de o ouvinte interpretar a mensagem à sua realidade. Para
mim a tal "luz" é algo pessoal. Fico muito contente se os sons deste
disco influenciarem o ouvinte a tomar alguma decisão, ou se ajudarem a esquecer
um pouco este mundo louco que estamos a viver.
Podes falar do videoclip do
tema “Crime Scene” e como é que surgiu a ideia?
Dei carta branca ao Vasco
Mendes, realizador do video para escrever o story board. Como adoro o trabalho
dele, sabia que iria aparecer com algo especial. Não haveria melhor local do
que o Porto, para este video ser filmado. É a cidade onde cresci e que me diz
muito naturalmente.
Quais foram as maiores
influências para o novo álbum?
Pretendi com este disco,
explorar musicalmente um lado que gosto imenso: o synth pop dos Human League e
dos Soft Cell. Quis fazer um cruzamento dessa sonoridade com artistas mais
actuais como os Hot Chip ou os Holy Ghost! por exemplo. A banda sonora e
ambiente dos filmes de terror dos anos 80, com histórias do Stephen King foram
uma influência grande também.
Que planos tens para este
ano?
Levar a música de Mirror
People ao maior número de pessoas possível nomeadamente com concertos ao vivo.
Quero mesmo que conheçam este trabalho que considero dos melhores que já
fiz.
Próximas datas de Mirror People:
27 de abril - Soir Jaa, Évora
28 de abril - Carmo 81, Viseu
29 de abril - Maus Hábitos, Porto
16 de junho - Vira Pop'17, Caldelas
Entrevista a Mirror People
Reviewed by Watch and Listen
on
abril 12, 2017
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