Entrevista Tomara
Estivemos à conversa com o Tomara, onde falámos sobre o seu novo álbum, Favourite Ghost, dos Amotic Bees, dos seus vídeos e muito mais. O músico atuou no Vodafone Mexefest deste ano.
O teu primeiro
disco, Favourite Ghost, saiu este ano. Como é que foi o processo criativo?
Foi demorado,
por vezes caótico. Não foi só dar vida ao disco. Foi também trabalhar em mim a
ideia de que iria pela primeira vez assumir o papel principal num projeto. Isso
demorou bastante tempo e as canções foram também pacientes e esperaram o seu
tempo certo.
Fizeste parte da
Banda Filarmónica de Loures. Isso influenciou o teu trabalho?
O trabalho não
sei. Mas influencia decisivamente a autonomia que tenho a trabalhar. Aquilo que
aprendi de escrita e leitura de música permitiu-me, por exemplo, sentar e
escrever arranjos de cordas ou metais quando precisei de o fazer. Essa formação
musical foi importante no meu percurso. E também a experiência de tocar com
tanta gente em conjunto. Habituei-me desde muito novo a dar atenção aos
arranjos, aos diferentes contributos que os vários instrumentos e os vários
timbres trazem para uma composição.
Os teus vídeos têm
uma estética muito própria. As ideias para os mesmos surgem de que maneira?
Muitas vezes
surgem quando estou a trabalhar na canção. Quando toco vejo imagens que me
ajudam a procurar os sons certos. E quando filmo ouço musica que me ajuda a
movimentar a câmara e encontrar uma linguagem fílmica para o que estou a fazer.
São processos verdadeiramente sinestésicos.
Se pudesses
fazer a banda sonora de um filme, qual seria e porquê?
Não gostaria de
fazer a banda sonora de nenhum dos filmes que adoro, porque não modificaria
nada neles. Mas adoro bandas sonoras e é um trabalho que no futuro adorava
fazer. Penso que qualquer filme que tenha espaço emocional para explorar seria
um bom território para a minha música.
Anteriormente,
editaste um registo com os Atomic Bees. Como é que correu a experiência?
Não correu nada
bem. Foi um processo muito doloroso. Éramos demasiado novos e fomos com
demasiada expectativa para o estúdio. Foi há 17 anos mas é inacreditável o
quanto as coisas mudaram neste período de tempo. Naquela altura as coisas eram
bastante diferentes. Os recursos e o conhecimento que tínhamos na altura não se
coadunaram com a vontade que tínhamos em fazer um grande disco. Por isso acho
que não fizemos um grande disco. Mas aprendemos coisas valiosas para o futuro.
Descreve o teu projeto em três palavras.
Canções com imagens.
Foto: Estelle Valente
Entrevista Tomara
Reviewed by Watch and Listen
on
dezembro 29, 2017
Rating: