Sumol Summer Fest 2018: mais uma vitória para o hip-hop
O Sumol Summer Fest voltou à Ericeira para aquecer o verão. Nos dias 6 e 7 de julho, ouviu-se pop, kuduro e hip-hop no Ericeira Camping, com nomes como April Ivy, Pongo, Joey Bada$$, Vic Mensa, French Montana, entre outros. Os passes de dois dias esgotaram alguns dias antes do começo do festival.
No primeiro dia, 6 de julho, a cantora April Ivy teve a honra de abrir o Palco Sumol. A voz promissora da pop nacional mostrou porque merece esse estatuto. Ivy trouxe os seus maiores hits Shut Up e Run For Cover. Também fez covers de alguns temas conhecidos, como New Rules de Dua Lipa e Finesse de Bruno Mars. A sua nova música Frida, com Conductor, também fez parte do alinhamento. No final, ficou tudo bem com Be OK.
A seguir, vieram os Wet Bed Gang, que não eram os cabeças de cartaz, mas podiam muito bem ter sido, a julgar pelos milhares de pessoas a ver o seu concerto. O grupo lisboeta chegou pronto para mandar a casa abaixo e assim o fez. Mais Uma Party, Não Sinto e Chaminé fizeram a festa e a delícia dos fãs. O grupo esteve imparável desde o princípio ao fim e as pessoas acompanharam no mesmo ritmo. Um espetáculo inesquecível para os Wet Bed Gang, sem dúvida.
Houve outro momento para os nomes do hip-hop nacional brilharem juntamente com alguns nomes brasileiros. Tudo isso aconteceu no Sumol Summer Clash: Portugal vs. Brasil. Na equipa portuguesa, DJ Big, Sir Scratch, Papillon, Gson, Holly Hood e Plutónio vestiram a camisola. Do lado brasileiro, DJ Nyack, Rashid, Drik Barbosa, Kamau, e Rincon Sapiência vieram representar o seu país. Um a um, foram entrando em palco para mostrarem as suas próprias músicas. Inclusive, Gson e Papillon cantaram o tema Pagar as Contas, sem Slow J. Os nomes brasileiros conseguiram trazer hip-hop com um toque de samba, algo refrescante de se ouvir. Contudo, o espetáculo perdeu um pouco a coesão e precisava de um elemento surpresa para o tornar melhor. No fim, juntaram-se todos em palco e houve um empate técnico para ninguém ficar mal.
French Montana veio encerrar o Palco Sumol neste primeiro dia numa bela forma. O rapper de Marrocos veio acompanhado pela DJ Duffey e o MC Ayoub. A sua extensa discografia foi bem passada num alinhamento igualmente comprido. Welcome To The Party chegou no princípio e deu as boas-vindas ao público. A meio do concerto, ouviu-se uma música inesperada: Smells Like Teen Spirit dos Nirvana, o que foi uma loucura. Passou o tema Gucci Gang de Lil Pump, do qual fez um remix. O ponto alto deste concerto chegou com Unforgettable, com confettis no ar e as pessoas todas a cantar. A última música que se ouviu foi Wake Me Up numa homenagem ao falecido Avicii.
No segundo e último dia, o hip-hop também veio em força, mas o kuduro e a eletrónica não se ficaram atrás. Quem abriu o Palco Sumol foi a Pongo, a primeira voz feminina dos Buraka Som Sistema. A artista entrou no palco bastante confiante e pronta para arrasar. Trouxe kuduro misturado com dancehall ao festival, levando o público a tirar o pé do chão ao som dos ritmos africanos. Os bailarinos que vieram com Pongo também souberam animar quem estava a assistir. Claro que não podia faltar uma música dos Buraka Som Sistema, por isso, cantou Kalemba (Wegue wegue) e meteu todo o público a cantar. O público gostou tanto que pediu mais uma música e a cantora voltou para o meter a berrar "quem manda no mic? é a Pongo".
Piruka subiu ao palco a seguir com um recinto cheio, ansioso para o ver. O rapper de Madorna, um dos maiores nomes nacionais do hip-hop nacional atual, mostrou os seus maiores sucessos. Do princípio ao fim, a plateia cantou as letras das suas músicas. Assim, percebeu-se o porquê de ser um dos rappers com mais seguidores em território nacional.
Vindo de Chicago, o músico Vic Mensa estreou-se em Portugal com um concerto memorável. No princípio, houve alguns problemas técnicos que foram logo esquecidos na hora que se seguiu. Na bagagem trouxe o seu álbum de estreia The Autobiography (2017) e o EP There's Alot Going On (2016). As suas letras, como 16 Shots, com temas políticos, raciais e sobre o movimento Black Lives Matter ressoaram e foram sentidas em todo o recinto. Mensa fez questão de referir que na plateia via pessoas de várias raças que se identificavam com as suas músicas. Quando o público começou a gritar "esta merda é que é boa" ao som da Seven Nation Army dos The White Stripes, o artista cantou um pouco do tema original, o que foi uma boa surpresa. O norte-americano estava a gostar tanto da energia recebida das pessoas que, durante Down For Some Ignorance (Ghetto Lullaby), subiu aos postes do palco e atirou-se lá de cima para as primeiras filas. Ao introduzir a libertadora e sonhadora We Could Be Free, fez um pequeno discurso sobre a crise de emigrantes que está a acontecer tanto nos Estados Unidos como na Europa, remetendo novamente para assuntos políticos. Após este concerto, quase de certeza que Vic Mensa irá voltar ao nosso país por aparentemente ter gostado desta primeira vez.
O melhor dos melhores ainda estava para vir com Joey Bada$$. O miúdo de Brooklyn atravessou o atlântico até à Ericeira pela primeira vez e valeu a pena. O alinhamento fez uma viagem pela sua primeira mixtape 1999 (2012) e os seus dois discos B4.DA.$$ (2015) e ALL-AMERIKKKAN BADA$$ (2017). Tal como Vic Mensa, Bada$$ também aborda questões raciais e políticas nas suas músicas, mas na perspetiva nova-iorquina. Entrou em grande, foi quem trouxe um espetáculo visual, com ROCKABYE BABY onde se ouviu And if you got the guts, scream "Fuck Donald Trump", a agressiva RING THE ALARM e a poderosa TEMPTATION. Só neste começo percebeu-se logo que Joey Bada$$ é um rapper bastante versátil, que mistura várias sonoridades com hip-hip: soul, reggae e jazz são alguns exemplos Até o seu flow consegue percorrer vários estilos, o que se notou no concerto e foi impressionante. Igualmente, cantou um bocado da Seven Nation Army, devido aos cânticos do público. O rapper e ator, que fez de Leon na série Mr. Robot, veio mostrar o melhor do rap nova-iorquino, dando um concerto que será lembrado pelos seus fãs durante muito tempo. Para terminar, chegou a esperançosa DEVASTED e o freestyle Joey Fucking Bada$$, que meteu as pessoas a berrar essas três palavras.
O melhor dos melhores ainda estava para vir com Joey Bada$$. O miúdo de Brooklyn atravessou o atlântico até à Ericeira pela primeira vez e valeu a pena. O alinhamento fez uma viagem pela sua primeira mixtape 1999 (2012) e os seus dois discos B4.DA.$$ (2015) e ALL-AMERIKKKAN BADA$$ (2017). Tal como Vic Mensa, Bada$$ também aborda questões raciais e políticas nas suas músicas, mas na perspetiva nova-iorquina. Entrou em grande, foi quem trouxe um espetáculo visual, com ROCKABYE BABY onde se ouviu And if you got the guts, scream "Fuck Donald Trump", a agressiva RING THE ALARM e a poderosa TEMPTATION. Só neste começo percebeu-se logo que Joey Bada$$ é um rapper bastante versátil, que mistura várias sonoridades com hip-hip: soul, reggae e jazz são alguns exemplos Até o seu flow consegue percorrer vários estilos, o que se notou no concerto e foi impressionante. Igualmente, cantou um bocado da Seven Nation Army, devido aos cânticos do público. O rapper e ator, que fez de Leon na série Mr. Robot, veio mostrar o melhor do rap nova-iorquino, dando um concerto que será lembrado pelos seus fãs durante muito tempo. Para terminar, chegou a esperançosa DEVASTED e o freestyle Joey Fucking Bada$$, que meteu as pessoas a berrar essas três palavras.
A noite acabou com The Jillionaire, um dos membros dos Major Lazer. O DJ e produtor rebentou com o público que esperou para o ver num DJ set repleto dos hits do momento. Inclusive, passou o tema Jump dos Major Lazer. Proferiu várias vezes a frase «y'all fucking crazy» (vocês são todos malucos) por ver as pessoas a dançarem e a berrarem durante o seu set. Foi uma ótima despedida do Sumol Summer Fest deste ano.
Nesta edição, o Palco Quiksilver Boardriders foi uma aposta ganha ao trazer nomes como Dois Brancos E Um Preto e Mike Lyte. Os projetos musicais destes quatro youtubers causaram a maior enchente deste palco.
Sumol Summer Fest 2018: mais uma vitória para o hip-hop
Reviewed by Watch and Listen
on
julho 09, 2018
Rating: