Bons Sons 2018: terceiro dia
Fim-de-semana adentro, já o Bons
Sons ia a meio quando sábado, 11 de agosto, chegou. Homem em Catarse abriu os concertos da
tarde no palco MPGDP com casa cheia, seguido pelos Artesãos da Música.
Pelas 16h já a aldeia se via composta,
com festivaleiros por todo o lado e habitantes curiosos às janelas. O calor era
abafado pelos refrescos de água que eram oferecidos aqui e ali e lentamente
toda a gente se relacionava entre si.
O Gajo abriu o Palco Giocometti
com um concerto caricato, mas cheio de vida. Trouxe consigo sonoridades novas,
mas que se complementam, a chuva num dia de sol e a deusa vénus para celebrar a
música, as emoções e tudo o que elas representam, de forma mais singular e
interessante. O sol, agora traduzido na voz do artista, passa de ser “matador”
e transforma-se em tempestades de vitamina C.
Seguiu-se Ela Vaz, que passou das
paredes da aldeia para as melodias vivas do Palco Amália. Pelas 18h o palco
Giocometti via-se despido de concertos, mas o foco surgiu numa das varandas que
o antecedem. Zeca Medeiros surge com Filipa Pais para um curto concerto inesperado,
com a promessa de um inteiro mais logo.
Com o dia a cair, chega a vez de
quartoquarto se darem a conhecer à aldeia: uma banda jovem, com um reportório
ainda por amadurecer mas com muito para explorar e vontade suficiente para
chegar mais longe.
Zeca Medeiros voltou à aldeia às 21h30,
levando o palco Zeca Afonso a fazer jus ao nome. As melodias inspiradas em
liberdade e por ela movidas lembraram o 25 de Abril, a liberdade e a luta, num concerto
repleto da experiência pessoal do artista. No fim, com Filipa Pais novamente ao
seu lado, dedicaram uma música a Zeca e lembraram, mais uma vez, o caminho feito
até ali.
Enquanto Sean Riley & the Slowriders
atuavam no palco Lopes Graça, já o palco Zeca Afonso se via a preencher outra
vez. Com PAUS a atuar à 00h, os fãs mais fieis já se juntavam perto das grades
para esperar a banda e assistir a um concerto que teve tudo de intenso. Letras
decoradas, ritmos e movimentos sintonizados, a banda foi recebida com uma
imensidão de amor, atenção e um palco completamente cheio.
Cais do Sodré Funk Connection fecharam
os concertos em horário nobre e abriram a noite para Conan Osiris, que subiu ao
palco Aguardela às 2h15. Com uma fama relativamente recente, o artista
encontrou uma aldeia cheia de fãs convictos e dedicados, capazes de o acompanhar
em todos os movimentos e temas. Acompanhado apenas de um dançarino e uma DJ,
Conan preencheu a madrugada na aldeia com música tão caricata como a sua imagem
faz parecer.
Texto: Carolina AlvesFotos: Miguel Rocha
Bons Sons 2018: terceiro dia
Reviewed by Carolina Alves
on
setembro 07, 2018
Rating: