Maus Êxitos dos D’alva: a génese da Pop
O novo álbum dos D’alva, Maus Êxitos, saiu no dia 12 de
outubro. O sucessor de #batequebate chegou quatro anos e, apesar de ter sido
uma longa espera, parece que foi no momento certo. Além disso, o título pode
ser considerado enganador porque deveria ser "Bons Êxitos".
Quando "Verdade Sem Consequência", o primeiro single, saiu
em maio passado soube-se logo que os D’alva iriam trazer uma sonoridade
diferente para o próximo disco, e foi exatamente o que aconteceu. Maus Êxitos
reflete a evolução da banda, e o porquê de serem uma das bandas mais
interessantes e inovadoras da música nacional.
A música que inicia este novo longa duração é "P’Ódio", um
trocadilho entre "pódio" e "ódio", cuja letra aborda o tema da fama e que o
grupo não deseja chegar a esse patamar. O que é mais uma razão que os distingue
de outros porque apenas querem fazer o que gostam, e são bem-sucedidos nisso. Já "Física ou Química" fala sobre «agarrar o momento» e «dançar». "Egoísta" é
sobre como todos possuímos egoísmo ou temos atitudes egoístas. O tema de
intimidade surge em "Corpos", uma canção sensual no ponto ideal. Assim, cada
música aporta um assunto diferente. Porém, todas têm uma rítmica genial nas
letras, que só por isto agarram qualquer ouvinte, e são sempre acompanhadas por
refrões catchy, o habitual para a banda.
Em relação à produção também é um grande factor neste trabalho. Pois, o princípio de quase todos os temas transporta
as pessoas para uma viagem especial daquelas que se precisa e fazem sentir bem. "Vazio", "Mulher Versão" e "Egoísta" são alguns exemplos disso. Ao mesmo tempo,
há ritmos mais alegres que outros porque uns são para se dançar, e os restantes
para se chorar.
Como aconteceu em #batequebate, a música final em Maus
Êxitos também é a mais emocional. "Imensidão", semelhante a "Primavera", tem
uma letra e melodia bastante bonitas, fala sobre amor e representa, talvez, um
dos momentos mais vulneráveis do disco. Às vezes, o mais simples é o que tem
mais grandeza, o que se comprova com esta canção.
Neste disco, repara-se que Ben Monteiro e Alex D’alva
Teixeira puxam pelo melhor de cada um e conseguem fazer transparecer isso no
seu trabalho. Um sem o outro, provavelmente, não o iria conseguir fazer tão
bem, e sem os restantes membros da banda também não.
Maus Êxitos representa a pop aperfeiçoada com influências de outros géneros musicais, o tumulto de
emoções dos últimos tempos e mostra o desenvolvimento dos D’alva, enquanto
músicos, ao longo destes quatros anos. O álbum conseguiu superar todas as
expectativas que existiam à volta do mesmo, e não se podia ter pedido melhor
regresso.
Maus Êxitos dos D’alva: a génese da Pop
Reviewed by Watch and Listen
on
outubro 18, 2018
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