Barreiro Rocks 2018: e tudo o rock levou
Tudo o que é bom tem um fim, e, como tal, o Barreiro Rocks chegou ao seu último dia. Era de pensar que já estaria tudo cansado, mas ainda não. Nesta quarta noite, Palmers, Kings Of The Beach, Howlin' Jaws, Lisbon South Bay Freaks, Magnetix, Fast Eddie Nelson, Wap Shoo Wap e muitas surpresas.
O primeiro concerto da noite foi o dos Palmers. O trio veio mostrar o seu garage e punk rock no festival ideal para isso. A bateria potente de Raquel Custódio, o baixo forte de Cláudia Sofia Brás e os acordes rápidos de Vasco Cavalheiro na guitarra foram os ingredientes que resultaram bem ao longo do espetáculo. Uma banda recente que sabe dar o seu melhor e tem tudo para triunfar.
Vindos de Vigo, Espanha, os Kings Of The Beach deram o mote para a destruição total. Na bagagem, trouxeram o seu primeiro álbum Super Awkward, Fucking Awesome, que foi gravado no Gamma Studio. Podiam parecer tímidos, mas mal pisaram o palco qualquer réstia de timidez desvaneceu-se e tiveram uma energia imparável durante o concerto inteiro. Houve pessoas e membros da banda no ar, músicas rápidas e muita diversão. Uma banda promissora que facilmente conquistaria o público em grandes festivais.
Em seguida, os Howlin' Jaws vieram com o seu rock inspirado nos anos 50. O grupo de Paris, França, mostrou uma abordagem diferente ao estilo por ter um contrabaixo em palco. O que só daí se tirava a conclusão de que se iriam destacar. A sofisticação parisiense e a presença forte tornaram o seu concerto memorável. A sua estreia em Portugal não podia ter corrido melhor, e só se espera que regressem.
Para o outro palco, o #Partyfiesta, os Lisbon South Bay Freaks mostraram o melhor do punk rock que se faz na Margem Sul. Os Tiger Picnic também se juntaram a eles. Também de França, os Magnetix voltaram ao festival após terem atuado em 2005, no mesmo ano que os Black Lips. Apenas com uma bateria e uma guitarra, deram um concerto incrível. Com uma discografia grande, tocaram alguns dos seus melhores temas para fazerem o público feliz, e assim o conseguiram.
Quase a terminar a noite esteve Fast Eddie Nelson com vários momentos surpreendentes ao longo do concerto. As pessoas estavam ansiosas por o verem e, por isso mesmo, a sala ficou cheia. Com a sua voz distinta, levou o espírito do rock'n'roll até ao público. Dedicou "Asshole" a Donald Trump e a Jair Bolsonaro. Trouxe Scúru Fitchádu para atuarem juntos o tema "A Crise Continua" dos Crise Total, numa colaboração explosiva. Depois, houve The Act Ups e BRO-X que atuaram a seguir. O final foi feito com um DJ set de Wap Shoo Wap onde se ouviu canções rockeiras antigas.
Assim, a maior festa da Margem Sul deu-se por terminada, infelizmente. Foi novamente uma edição excelente e inesquecível. O Barreiro Rocks conseguiu, mais uma vez, juntar nomes lendários do rock com novas bandas. Sendo que, houve música para todos os gostos e faixas etárias. Ao mesmo tempo, trouxe muitas novidades.
Texto e fotos: Iris Cabaça
Barreiro Rocks 2018: e tudo o rock levou
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novembro 10, 2018
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