Barreiro Rocks 2018: guitarras e pessoas ao ar
No dia 2 de novembro, o Barreiro Rocks deu continuidade à destruição total. Ao terceiro dia, foi tudo mais caótico, no bom sentido, houve surpresas e muitos momentos bons. Os nomes convidados para este dia foram: Algumacena, Fugly, Vaiapraia & As Rainhas do Baile, Sun Blossoms, King Khan's Louder Than Death e DJ set de Candy Diaz.
A primeira atuação ficou a cargo de Algumacena que é a nova banda de Alex D'alva Teixeira e Ricardo Martins. Antes de formar os D'alva com Ben Monteiro, as influências de Alex D'alva Teixeira vinham (e ainda vêm) do metal, rock e punk. Por isso, não é assim tão chocante que no seu novo projeto volte às origens. Quanto ao Ricardo Martins, é um nome marcante na música nacional e já trabalhou com Filho da Mãe, Jibóia, Pop Dell'Arte, entre outros. Dito assim, esta dupla não parece tão improvável, e mais cedo ou mais tarde iriam fazer algo juntos. O que não se esperava era que fossem atuar fora do palco, junto à plateia, como o fizeram. Apenas com uma bateria, uma guitarra e uma voz elevaram as expectativas para os restantes concertos. Houve moshes, pratos de bateria no chão e guitarras partidas, ou seja, tudo a que o rock'n'roll tem direito. Foi bom ouvir Alex num registo diferente de D'alva com Ricardo ao seu lado. Agora, é só esperar por mais concertos e músicas.
Após esta boa surpresa, os Fugly vieram finalmente ao festival dar um concerto sóbrios pela primeira vez. Pois, a banda era para ter vindo em 2016, mas não foi possível. Contudo, foi a altura ideal para passarem pelo Barreiro. Mostraram o melhor que sabem fazer: garage rock com letras sobre millennials, ou não fosse o último álbum apelidado de Millennial Shit. A energia dos quatro em palco é contagiante e ninguém consegue ficar indiferente. Os seus temas curtos e rápidos ajudam ainda mais nisso. Um grupo cujo espetáculo vale sempre a pena ver.
Em seguida, foi a vez de Vaiapraia & As Rainhas do Baile subirem ao palco. Rodrigo Vaiapraia fez-se acompanhar por Frankie Wolf, no baixo, e Candy Diaz na bateria. As suas canções com letras queer juntamente com ritmos punk e algumas distorções à mistura, que nem sempre correram bem, conquistaram o público. A atitude de Rodrigo em palco, que parece pronto para destruir qualquer sítio por onde passa, também encantou as pessoas.
A abrirem o palco #Partyfiesta, estiveram os Sun Blossoms. O projeto de Alexandre Fernandes veio mostrar a sua sonoridade garage lo-fi. O que veio acalmar um pouco os ânimos, mas apenas por algum tempo.
Porém, quem destruiu tudo foi King Khan com os seus Louder Than Death quando encerraram o Palco Crooner. Não foi preciso muito para deixar o público em êxtase porque as músicas bastaram. Mesmo assim, deram tudo e originaram vários moshes e crowdsurfings. Um dos reis do punk rock foi ao festival para fazer uma atuação memorável. O que seria esperado dele.
Depois, os Tiger Picnic trouxeram o seu punk lo-fi e Candy Diaz regressou para fazer um DJ set pela noite dentro.
O terceiro dia do Barreiro Rocks conseguiu concretizar momentos surpreendentes, alguns esperados e bons e muitas pessoas no ar. Assim foi o penúltimo dia do festival.
Texto e fotos: Iris Cabaça
Barreiro Rocks 2018: guitarras e pessoas ao ar
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novembro 09, 2018
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