Out.Fest 2018: a explorar a diversidade



O OUT.FEST - Festival Internacional de Música Exploratória do Barreiro voltou à cidade na Margem Sul do Tejo para mais uma edição nos dias 5 e 6 de outubro. Os concertos espalharam-se por vários locais diferentes. 

O primeiro dia, 5 de outubro, contou com Vladimir Tarasov, João Pais Filipe, Nídia, entre outros no cartaz. Já o segundo e último dia, 6 de outubro, foi ainda mais recheado de nomes e diversidade. Clothilde, Opus Pistorum e Cândido Lima foram os artistas que abriram este dia. A seguir, começou um dos primeiros concertos grátis no Largo do Mercado 1º Maio: Jimi Tenor. O finlandês veio mostrar as suas misturas improváveis que vão desde ritmos africanos, passando por pop, até à eletrónica. 

Jimi Tenor @ Out.Fest 2018 

A paragem seguinte foi no Futebol Clube Barreirense para o set de Odete. A artista lisboeta veio mostrar a sua fusão de eletrónica. Um DJ set maravilhoso que era impossível não mexer os pés. Depois, foi a vez de Kerox, um produtor da Xita Records, vir apresentar a sua eletrónica. O DJ set começou de uma forma mais calma, mas foi aumentando de intensidade à medida que o tempo passava.

Odete & Kerox @ Out.Fest 2018 

Lá fora, no último concerto grátis do dia, encontravam-se os HHY & The Macumbas. O vocalista ficou o concerto todo virado de costas para o público e com uma máscara na cabeça para ajudar com esta teatralidade toda. O concerto foi um crescendo inesquecível. Conforme o tempo passava, e o poder das músicas aumentava, tudo ficava melhor. Quase no final, o público já estava a dançar.

HHY & The Macumbas @ Out.Fest 2018 

Se o dia já tinha sido bom, a noite foi ainda melhor no SIRB “Os Penicheiros”. Mohammad Reza Mortazavi foi o primeiro a subir ao palco e, um bocado depois, voltou para tocar com Burnt Friedman. YEK, o projeto deste duo baseado em Berlim, lançaram um EP homónimo no ano passado. As raízes alemãs de Burnt Friedman e as iranianas de Mohammad Reza Mortazavi são o que tornam os seus temas enriquecidos culturalmente. E foi o que se sentiu ao longo do concerto. Sons que podem soar estranhos no princípio, mas misturados são uma viagem intercultural.

YEK @ Out.Fest 2018

Também de Berlim, chegou Lotic para um concerto e DJ set, ao mesmo tempo. Já participou em alguns Boiler Room, daí a sua ligação à eletrónica, mas, igualmente, sabe cantar. Ora metia instrumentais a tocar, ora pegava no microfone e dominava um falsete hipnotizante. Desta maneira, conseguiu maravilhar o público e deixou-o a querer mais.

Lotic @ Out.Fest 2018

Em seguida, veio o nome que causou a maior enchente de pessoas neste dia: Linn da Quebrada. Acompanhada por Jup do Bairro (na voz), Dominique Vieira (na percurssão) e os DJs BADSISTA e Pininga, mandou a casa abaixo. O ativismo presente nas letras das suas músicas que é misturado com batidas funk, ecoou por todo o recinto. Os seus temas sobre sexualidade onde explora sexo e a forma como aborda o seu próprio corpo, são o que a tornam única. Mal o concerto começou, já se sabia que ia ser o melhor da noite. “Bixa Travesty”, “Coytada” e “Dedo Nucué” foram algumas das músicas que mais animaram esta noite. Um concerto explosivo, onde não havia uma única pessoa que não estivesse suada e parada, e de certeza que ficou na memória do público e dos artistas para sempre. No final, ainda houve um tema sobre a estado político e atual do Brasil com um coro a cantar #EleNão.

Linn Da Quebrada @ Out.Fest 2018

Apenas num dia no OUT.FEST houve mais diversidade e representação do que em muitos festivais, o que foi bom de ver e devia acontecer ainda mais vezes. Pois, há espaço para tudo e todxs na indústria musical. O festival revelou-se, assim, uma boa surpresa.

Out.Fest 2018

Texto e fotos: Iris Cabaça
Out.Fest 2018: a explorar a diversidade Out.Fest 2018: a explorar a diversidade Reviewed by Watch and Listen on novembro 02, 2018 Rating: 5

Slideshow