O despertar do sonho dos Salto no Lux Frágil
Os Salto subiram ao palco do Lux Frágil, no dia 6 de dezembro, para apresentarem o seu novo e terceiro disco Férias em Família, lançado no passado mês de outubro. O concerto contou com muita animação e algumas surpresas. Numa sala cheia, despertaram das suas férias.
Antes do espetáculo e enquanto o público se juntava perto do palco, ouviu-se Afternoon Delight de Starland Vocal Band que deu o mote para a próxima hora que se seguia. Quando a banda entrou, partiu logo com a afirmação de Cantar Até Cair e, assim, foi durante a noite. Um tema onde, nos primeiros 30 segundos, Guilherme Tomé Ribeiro nos transporta para um sonho em Marvila com a sua voz suave. Contudo, nem só com o novo trabalho fizeram o alinhamento e, depois, também tocaram Mar Inteiro, do segundo disco Passeio das Virtudes (2016).
As novas músicas, como, Só Agora Cresci, Coração Aberto e Rio Seco funcionam bem ao vivo e permitem-nos entrar um pouco nas suas férias familiares. Ao mesmo tempo, ouve-se Luís Montenegro, que de vez em quando se aventura num falsete revigorante, e Filipe Louro a acompanharem a voz de Guilherme Tomé Ribeiro em harmonias bonitas. Voltando aos temas antigos, chegou a maior surpresa do concerto: tocaram canções do seu primeiro disco homónimo, editado em 2012. A primeira foi Deixar Cair, numa versão ligeiramente diferente, que fez o público cantar a letra toda de uma ponta à outra enquanto dançava. Por Ti Demais foi a segunda elegida e levou as pessoas a recordarem os tempos primórdios da banda. Talvez parecessem os mais distantes da atual sonoridade do grupo, mas a realidade é que foram bem introduzidas e conseguiram que ficassem com uma coesão certeira nos restantes temas. Outra surpresa foi quando Tito Romão pegou no violoncelo em Ninguém Te Viu, fazendo um momento bastante especial e criando um ambiente sereno.
Este concerto foi a demonstração do crescimento destes 4 músicos, tanto em estúdio como ao vivo. A voz de Guilherme guia-nos por um caminho nostálgico, Luís segue nas teclas, a cantar e na guitarra, Filipe no baixo e no coro, enquanto que, Tito acompanha na bateria e no violoncelo. Continuam a ser um grupo animado em palco, mas com uma certa maturidade visível. Apesar das letras atuais serem mais profundas, não deixam cair a sua animação habitual.
Tudo terminou com Lagostas e um coro no público a cantar "não há jantar" e, infelizmente, não houve mais músicas. Férias em Família é o álbum natural que podiam ter feito a seguir aos dois primeiros, o que foi notório durante o espetáculo, e a setlist fez sentido para eles e para os seus fãs. Assim, ficou tudo em família.
O despertar do sonho dos Salto no Lux Frágil
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dezembro 14, 2018
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