Os melhores álbuns nacionais do ano
Em 2018, foram muitos os discos nacionais que saíram. E, talvez, há algum tempo que não havia um ano com tantos trabalhos diferentes a representarem vários géneros nacionais. Criaram-se maus (bons) êxitos, falou em entretenimento e adoração por bolos, fizeram-se férias em família e uma viagem pelo Santa Rita lifestyle.
Portanto, aqui ficam os álbuns que melhor representam a música nacional este ano do Watch and Listen, sem nenhuma ordem de preferência.
Carlão - Entretenimento?
Em
Entretenimento?, Carlão apresenta uma sonoridade mais próxima do que
fazia em Da Weasel. É acompanhado por Bruno Ribeiro na voz em várias
músicas, e conta com colaborações improváveis, como, Cerejas, Só Isso com Manel Cruz e Bebe um Copo com António Zambujo. E ainda foi buscar Slow J, um grande seguidor que foi inspirado pelo artista, para Repetido.
Best Youth - Cherry Domino
Catarina
Salinas e Ed Rocha Gonçalves voltam a trazer a sua indie pop sensual no
sucessor de Highway Moon. Para este álbum, voaram até New York para
gravarem Nightfalls com Patrick Wimberly (ex-Chairlift) que já
produziu canções para Solange, Blood Orange e o álbum Little Dark Age
dos MGMT. Assim, só se podia esperar o melhor dos Best Youth e foi o que
aconteceu.
D'alva - Maus Êxitos
Os reis
da pop nacional finalmente regressaram quatros anos depois de editarem o
primeiro longa-duração. Com refrões catchy e uma fusão entre pop e
rock, os D'alva conseguiram inovar, outra vez, e fizeram um disco forte.
Na verdade, mais ninguém faz pop da mesma maneira que a banda, e Maus
Êxitos veio provar isso mesmo.
Selma Uamusse - Mati
Selma
Uamusse fez parte de um coro gospel, dos Wraygunn com Paulo Furtado e
trabalhou com Rodrigo Leão. No passado mês de setembro, o seu primeiro
longa-duração saiu cá para fora. Com 9 temas, a artista viaja pelas suas
raízes moçambicanas enquanto descobre a sua voz.
Conan Osiris - Adoro Bolos
O terceiro disco de Conan Osiris, Adoro Bolos, foi, talvez, o mais inesperado deste ano. Tecnicamente saiu a 30 de dezembro de 2017, mas a realidade é que só foi ouvido este ano. Um álbum criado, escrito, produzido, gravado e masterizado pelo próprio sozinho resultou na melhor surpresa para a música nacional. E há de quase tudo, como, fado, kuduro, funaná, eletrónica, música oriental e muito mais.
Salto - Férias em Família
Os Salto fizeram as suas férias em família e cresceram bastante desde o seu primeiro disco, que foi lançado em 2012. Pode parecer o seu trabalho mais calmo, mas também é o mais completo do grupo do Porto. Cada membro mostra os seus melhores atributos e, com isso, conseguiram criar temas realmente bonitos.
Papillon - Deepak Looper
Papillon,
membro dos Grognation, aventurou-se no seu primeiro álbum a solo com
músicas produzidas por Slow J, Lhast, Holly, FMX e FreshBeats. Ao longo
de 13 músicas, leva-nos a viajar pela sua narrativa enquanto faz uma
fusão de vários géneros musicais.
Fugly - Millennial Shit
Com Millennial Shit, o primeiro álbum, os Fugly apresentam temas rápidos num punk rock moderno que apela a todos os millennials. Dentro deste género, são o grupo nacional mais interessante. Daí terem dado tantos concertos este ano.
Isaura - Human
O primeiro
disco de Isaura demorou um bocado a chegar, mas finalmente saiu este
ano. Após vários singles, um EP em 2015 (Serendipity) e ter passado pela
Eurovisão com Cláudia Pascoal, foi a vez de lançar um longa-duração.
Human é o que se esperava: electro-pop com a voz tranquilizante e doce
de Isaura.
Filipe Sambado & Os Acompanhantes de Luxo
No seu segundo trabalho, Filipe Sambado, ao lado dos seus Acompanhantes de Luxo, traz uma pop mais clássica. Quando canta coisas como "Deixem-me lá não ser gay/ Eu sou só muito vaidosa" e "Beijinhos pra quem fica/ Beijinhos pra quem vai" são frases catchy que mostram a sua personalidade irreverente e o disco é todo assim.
Sequin - Born Backwards
Em
2014, Ana Miró editou o seu primeiro álbum Penelope. Dois anos depois,
seguiu-se o EP Eden e este ano foi a vez do segundo disco Born Backwards
ter saído. Aqui, a cantora explora uma electro-pop mais obscura
juntando a sua voz angelical.
David Fonseca - Radio Gemini
Este ano também marcou o regresso de David Fonseca. Após ter feito um álbum em português, Futuro Eu (2015), e um dedicado a David Bowie, Bowie 70 (2017), Radio Gemini celebra os seus 20 anos de carreira. O músico voltou a escrever temas em inglês e fez-nos descobrir a voz da espanhola Alice Wonder.
Monday - One
Monday é o projeto a solo de Catarina Falcão (das Golden Slumbers), e editou o seu disco de estreia em fevereiro. Numa folk um pouco dark e com refrões pop, Monday fala sobre amores, desamores e gatos.
Conjunto Corona - Santa Rita Lifestyle
No seu 4º trabalho, os Cojunto Corona mostram o seu Santa Rita Lifestyle num registo mais coeso do que os anteriores, mas com a pitada de palhaçada habitual. Eu Não Bebo Coca Cola Eu Snifo, Funk & Dopamina e Splash Bang Boom são alguns dos temas que representam melhor essa característica do grupo.
Lince - Hold To Gold
Depois de lançar o EP Drops no ano passado, Lince chega com o seu álbum de estreia Hold To Gold. Durante 11 músicas, viaja por uma electro-pop melancólica com uma voz hipnotizante. Um disco viciante que nos prende pela sua beleza.
Os melhores álbuns nacionais do ano
Reviewed by Watch and Listen
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dezembro 24, 2018
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