Late Night Feelings de Mark Ronson: uma bola de disco com surpresas no interior


Mark Ronson lançou o seu 5º álbum no dia 21 de junho. Late Night Feelings conta com colaborações de Lykke Li, Miley Cryus, Camila Cabello, Alicia Keys, King Princess, entre outras. O sucessor de Uptown Special (2015) mostra a razão do britânico ser um dos melhores produtores da atualidade.

Para quem não sabe, Mark Ronson é produtor de vários hits musicais dos últimos anos. Pois, produziu alguns temas do álbum Back to Black (2006) de Amy Whinehouse e escreveu a música com o título do mesmo, trabalhou na produção de 19 (2008) e 25 (2015) de Adele, também fez parte do último longa-duração de Lady Gaga, Joanne. No ano passado, co-escreveu Shallow do filme "A Star is Born". Portanto, tudo em que Ronson trabalha torna-se um hino.

Enquanto que em Uptown Special, dedicado a Amy Whinehouse, trabalhou com artistas masculinos, exceto em I Can't Lose que conta com a voz de Keyone Starr, explorou as suas influências de funk e R&B num só LP. Em Late Night Feelings apenas colaborou com vozes femininas criando uma pop melancólica, dançável e profunda. São mesmo os sentimentos que se tem após uma saída à noite repleta de desilusões amorosas.

À medida que algumas músicas foram lançadas, percebeu-se que este disco ia arrasar com tudo e com todos. Começa com Late Night Perlude que nos transporta para o ambiente que Ronson conseguiu criar, e para a faixa título com Lykke Li. Late Night Feelings faz lembrar disco antigo, e é brilhantemente guiada pela maravilhosa e melancólica voz da artista sueca. O momento que, talvez, é o mais perto de pop mainstream chega com Find U Again na voz de Camila Cabello, e co-escrita por Kevin Parker (Tame Impala), onde a cantora mostra uma faceta nova e que consegue adaptar-se a temas diferentes do que fez anteriormente. King Princess, uma estrela em ascensão, assinou com a editora do produtor, a Zelig Records, e aparece aqui com Pieces of Us a mostrar a sua voz refrescante, onde se ouve as vozes de Ilsey e Amandla Stenberg, a sua ex-namorada. Uma das melhores surpresas é a introdução de outra artista emergente: YEBBA, que teve direito a três canções seguidas (Knock Knock Knock, Don't Leave Me Lonely e When U Went Away). Sendo as que trazem espírito soul ao disco.


Em Truth, Alicia Keys e The Last Artful, Dodgr dão uma aula de história sobre R&B, e bem explicada. Já Nothing Breaks Like a Heart com Miley Cyrus foi escolhida para primeiro single e transmite uma certa calma ao mesmo tempo que mistura country, pop e disco. A princesa da música alternativa, Angel Olsen, surge em True Blue num tema mais indie e obscuro. Diana Gordon, que colaborou com Beyoncé em Lemonade, traz um R&B mais contido do que em Truth numa melodia cativante. A noite quase que termina às 2h com Lykke Li em 2 AM com um lado mais vulnerável e um tema bastante triste. Spinning encerra de vez o disco com Ilsey e um regresso à letra de Late Night Feelings.


Com Late Night Feelings, Mark Ronson conseguiu usar o melhor de cada uma das artistas para criar as canções e adaptou-se às suas vozes, estilos e personalidades diferentes. Apesar dos temas serem tão distintos uns dos outros, é um álbum coeso que mistura disco, pop e outros géneros para se falar de corações partidos. Ronson provou, novamente, o excelente produtor que é.

Late Night Feelings de Mark Ronson: uma bola de disco com surpresas no interior Late Night Feelings de Mark Ronson: uma bola de disco com surpresas no interior Reviewed by Watch and Listen on julho 01, 2019 Rating: 5

Slideshow