Vodafone Paredes de Coura 2019: o acalmar das águas
No dia 16 de agosto, o Vodafone Paredes de Coura acordou para um dia mais
calmo, mas não por isso menos bonito. Começou mais cedo no Palco Jazz na Relva com os The Rite of Trio. O trio portuense veio mostrar o seu jazz experimental conquistando um público que, provavelmente, não conhecia.
A seguir, foi a vez da Vodafone Music Session com os Capitão Fausto. Aconteceu em Formariz, no mesmo sítio que deu origem ao tema "Célebre Batalha de Formariz". Ao contrário do concerto da noite anterior, este foi mais calmo e intimista, algo que o grupo já não faz há algum tempo, e ouviu-se versões diferentes das suas músicas. Foi bom ver a banda neste momento.
Vindos do outro lado da Península Ibérica, chegaram os Derby Motoreta's Burrito Kachimba. Trouxeram o seu rock espanhol influenciado pelo psicadelismo dos anos 70 e 80. Não trouxeram nenhuma novidade, mas souberam animar os grupos de espanhóis que os vieram ver e alguns portugueses.
Nomes portugueses abriram o palco principal ao longo de todo o festival: neste dia foi a vez de First Breath After Coma. Os leirienses já conhecem os cantos à casa e trouxeram o terceiro álbum de estúdio, “NU”, para uma viagem pelo pós-rock tímido que têm vindo a explorar.
A seguir, foi a vez da Vodafone Music Session com os Capitão Fausto. Aconteceu em Formariz, no mesmo sítio que deu origem ao tema "Célebre Batalha de Formariz". Ao contrário do concerto da noite anterior, este foi mais calmo e intimista, algo que o grupo já não faz há algum tempo, e ouviu-se versões diferentes das suas músicas. Foi bom ver a banda neste momento.
Vindos do outro lado da Península Ibérica, chegaram os Derby Motoreta's Burrito Kachimba. Trouxeram o seu rock espanhol influenciado pelo psicadelismo dos anos 70 e 80. Não trouxeram nenhuma novidade, mas souberam animar os grupos de espanhóis que os vieram ver e alguns portugueses.
Nomes portugueses abriram o palco principal ao longo de todo o festival: neste dia foi a vez de First Breath After Coma. Os leirienses já conhecem os cantos à casa e trouxeram o terceiro álbum de estúdio, “NU”, para uma viagem pelo pós-rock tímido que têm vindo a explorar.
Não vieram sozinhos: David Santos,
autor do projeto Noiserv, juntou-se a eles para o final, com o seu tema “Don’t
Say Hi If You Don’t Have Time For A Nice Goodbye” (que por momentos nos leva de
volta a Bon Iver).
Um concerto no cair da tarde, uma
plateia composta por já criados fãs da banda que se tem vindo a redescobrir e
mais um bom início para Coura. Seguiu-se-lhes Jonathan Wilson, ainda o palco Vodafone.FM
se preparava para Black Midi. A banda de rock experimental estreou-se em Portugal
e veio direta da cena underground londrina, não por isso encontrando uma
plateia fraca.
Fãs atentos, inquietos e entusiasmados ocupavam
a parte central da tenda do palco secundário, mas cedo a eles se juntaram todo
o tipo de curiosos. O som irreverente e a abordagem experimental do pós-punk
deu nas vistas, e assim se encheu mais um concerto.
Foi com Deerhunter que a noite
começou a aquecer, ao som da voz de Bradford Cox. Ao início, uma conversa sobre
música portuguesa. “Tenho ouvido muita”, conta ao público, “Já ouviram falar de
Nuno Canavarro? Dos Street Kids?”. No ativo desde 2001, os Deerhunter lançaram
o seu primeiro álbum de estúdio, “Turn It Up Faggot”, em 2005. A faceta
melancólica não se escondeu no último álbum, “Why Hasn’t Everything Already
Disappeared”, e também não o fez neste concerto.
De volta ao Palco Vodafone.FM, encontrava-se o neozelandês Connan Mockasin. Entrou calmamente em palco, levou o seu tempo a afinar a guitarra, ao som de "Charlotte's Thong" e sem dizer uma palavra levou o público ao delírio. O que se seguiu foi um concerto sereno com a sua banda a apoiá-lo e a dar-lhe ainda mais força. "Faking Jazz Together", "Forever Dolphin Love" e "Why Are You Crying?" fizeram as delícias dos fãs mais devotos.
Os dos últimos nomes da noite foram os que
juntaram o maior número de pessoas. Spiritualized, repleto de músicos e back
vocals, entregou um espetáculo a não perder. Apesar de não ter falado diretamente
para o público, toda a conversa foi feita de música em música, de emoção em
emoção. Disse tudo o que tinha para dizer, com um reportório completo e um
palco cheio.
O último nome da noite e cabeça
de cartaz regressou a Paredes de Coura quatro anos depois do último encontro. Father John
Misty subiu ao palco com a confiança de sempre, a complexidade de sempre, a
arrogância de sempre. Não é por acaso que, apesar de tudo o que se mantém,
nenhum dos seus concertos é igual. Com uma setlist diferente do normal, talvez
para fugir às já conhecidas da tour de “God’s Favorite Customer”, Josh Tillman marcou
o reencontro com o festival com um concerto cheio de si mesmo mas cantado com
outros temas.
Passou pelas habituais “Nancy
From Now On”, “Chateau Lobby”, “Holy Shit” ou “Real Love”, sem esquecer os temas
do álbum mais recente e até “I Love You Honeybear”, mas deixou de fora muitas
outras que o público gosta de ouvir. Portugal Já conhece Father John Misty, e
Father John Misty já conhece Portugal. O que há de mágico em cada encontro é
descobrir tudo o que falta para conhecer, a relação que não se esgota e ouvir, tão
de perto, a magia de um artista tão complexo.
Fechado o palco principal, a festa continuou no palco secundário, como é habitual. Num dia mais calmo, menos movimentado e certamente mais parado, a mesma energia de sempre voltou a encontrar-se ao som de Peaking Lights e Romare.
Texto: Carolina Alves
Fotos: Iris Cabaça
Texto: Carolina Alves
Fotos: Iris Cabaça
Vodafone Paredes de Coura 2019: o acalmar das águas
Reviewed by Carolina Alves
on
agosto 24, 2019
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