Vodafone Paredes de Coura 2019: A viagem de volta a Manchester
Para o segundo dia, Coura acordou
de novo com música nacional. Cave Story abriram o palco Vodafone.FM enquanto o
palco Vodafone aquecia para Khurangbin. O trio texano fez o espaço inundar-se
de sonoridades psicadélicas, soul e até um pouco de funk, com um público atento
e pronto para os acompanhar.
O cair da tarde trouxe consigo
Stella Donnelly, uma das últimas artistas a ser confirmadas no festival depois
do cancelamento de Yellow Days e Julien Baker. A (também) australiana foi uma
surpresa positiva, capaz de iluminar o palco secundário como se do principal se
tratasse. A sua sonoridade indie deu lugar a muita conversa, dança e alguns
momentos mais sérios – como o alerta para a gravidade do assédio sexual seguido
da música “Boys Will Be Boys”. Stella Donnelly trouxe a Coura música e espírito
verdadeiros e encheu a tarde de dia 15 como poucos.
Do Canadá para Paredes de Coura, os Alvvays aterraram com o seu dream pop com um toque de shoegaze. Atuaram no final da tarde e tentaram cativar o público, principalmente com as piadas da vocalista Molly Rankin, mas apenas conseguiram agarrar os fãs mais atentos. Ao vivo, os seus temas não soam tão sonhadores como em disco, infelizmente. Contudo, foi uma boa estreia no festival e uma lufada de ar fresco no alinhamento deste dia.
Do Canadá para Paredes de Coura, os Alvvays aterraram com o seu dream pop com um toque de shoegaze. Atuaram no final da tarde e tentaram cativar o público, principalmente com as piadas da vocalista Molly Rankin, mas apenas conseguiram agarrar os fãs mais atentos. Ao vivo, os seus temas não soam tão sonhadores como em disco, infelizmente. Contudo, foi uma boa estreia no festival e uma lufada de ar fresco no alinhamento deste dia.
Enquanto no palco Vodafone se ouvia
Alvvays, o palco secundário encheu novamente para receber Boy Pablo, a boy band
norueguesa capitaneada por Nicolas Pablo Muñoz. A energia estava nos máximos
logo de início, com uma receção calorosa a todos os membros da banda. O único
álbum de estúdio da banda – “Soy Pablo” – era notoriamente conhecido pelo
público, capaz de cantar com e por quem estava no palco. A navegar por músicas
como “Feeling Lonely”, “wtf” ou “Sick Feeling”, com lugar para alguns dos
lançamentos mais recentes, o concerto de Boy Pablo implodiu com “Dance, Baby!” que
pôs cada uma das pessoas ali presentes a mexer e a sorrir.
O segundo dia do festival recebeu
novamente nomes conhecidos: Car Seat Headrest voltou a subir ao palco dois anos
depois, com uma energia semelhante e um mesmo público dedicado e energético.
A noite, no entanto, guardava-se
para aquele que foi o melhor concerto do festival e, nas palavras de João
Carvalho, dos melhores da história de Paredes de Coura. New Order subiram ao
palco Vodafone pelas onze da noite e encontraram uma plateia de milhares, muitos
deles da mesma geração que a própria banda. Por momentos, naquela segunda noite,
Paredes de Coura teletransportou-se para uma discohouse de Manchester
nos anos 80, repleta de sons experimentais e dançáveis, com visuais de outro
universo a acompanhar toda aquela sonoridade.
Nem por isso deixou de haver espaço
para a nostalgia do que a banda foi antes de se encontrar novamente em New
Order. Quando Peter Hook perguntou “alguém aqui é fã de Joy Division?” a
plateia iluminou de novo. “She’s Lost Control” e “Transmission” trouxeram o
post-punk de volta à vida e a emoção estampou-se na expressão de muitos dos
fãs. As t-shirts com a capa de “Unknown Pleasures”, o álbum mais conhecido da
banda, viam-se por todo o lado, bem como bandeiras e cartazes de homenagem e
memória.
Percorreram muito do reportório
de New Order, com direito a “Blue Monday” e “Temptation” para terminar, e
acabaram com mais uma homenagem a Joy Division e ao falecido vocalista, Ian
Curtis. “Atmosphere” e “Love Will Tear Us Apart” aqueceram a alma a quem há
muito ouve e admira o post-punk de Manchester.
A despedida à banda inglesa não
se fez num salto imediato para o palco secundário, contando ainda com um
concerto dos já familiares Capitão Fausto a encerrarem o palco principal. O reportório bastante conhecido
contou com temas como “Amanhã Tou Melhor”, “Amor a Nossa Vida” e até “Teresa”, que
culminou numa despedida ao som de “Here Comes the Sun” dos Beatles. O grupo lisboeta esteve à altura do desafio deste enorme destaque no alinhamento e deu um concerto decente para os fãs mais antigos e para os novos. Porém, não foi a melhor atuação da banda até ao momento.
O after hours ficou a cargo de Acid Arab e Krystal Klear. Os primeiros, Acid Arab, vindos de Paris trouxeram ritmos orientais para o festival. A cada música que se ouvia, sentia-se a cultura de vários países que meteu os mais resistentes a darem alguns passos de dança. Passando para o house, Krystal Klear teve a honra de encerrar a pista de dança.
Texto: Carolina Alves
Fotos: Iris Cabaça
O after hours ficou a cargo de Acid Arab e Krystal Klear. Os primeiros, Acid Arab, vindos de Paris trouxeram ritmos orientais para o festival. A cada música que se ouvia, sentia-se a cultura de vários países que meteu os mais resistentes a darem alguns passos de dança. Passando para o house, Krystal Klear teve a honra de encerrar a pista de dança.
Vodafone Paredes de Coura 2019: A viagem de volta a Manchester
Reviewed by Carolina Alves
on
agosto 22, 2019
Rating: