O Terno no Capitólio: tudo o que se viveu
O Terno regressaram a Portugal no dia 15 de novembro, no Capitólio, em Lisboa, com outro concerto marcado para o dia seguinte no Festival Para Gente Sentada, em Braga. Os bilhetes não esgotaram, mas a sala encontrava-se cheia de pessoas ansiosas por os verem num concerto a solo.
A banda de São Paulo formada por Tim Bernardes (voz, piano e guitarra), Guilherme D'Almeida (baixo) e Gabriel Basile (bateria) veio apresentar o seu mais recente álbum <atrás/além>, editado em abril, após ter passado pela mesma sala para atuar com os Capitão Fausto e pelo NOS Primavera Sound. O concerto no festival portuense soube a pouco, pois teve uma curta duração. Portanto, nesta noite foi a altura de compensarem e tocaram durante mais de uma hora.
Mal entraram em palco, foram rapidamente para os seus respetivos lugares sentados e sem grandes demoras, começaram o espetáculo. "Tudo Que Eu Não Fiz" e "Pegando Leve" foram as primeiras músicas, com uma mensagem semelhante sobre viver-se no momento, que se fizeram ouvir e concentraram desde logo toda a atenção do público. Porém, nem só do novo álbum se fez o alinhamento. Algumas músicas retiradas do terceiro álbum Melhor do Que Parece (2016), como, "Nó", "Deixa Fugir" e "Minas Gerais" foram escolhidas para este regresso em solo nacional. "Ai, Ai, Como Eu Me Iludo", do segundo álbum homónimo lançado em 2014, entrou na altura certa, fazendo um momento marcante.
As letras, que são todas escritas por Tim Bernardes, conseguem tocar qualquer pessoa que as oiça porque abordam temas com que todos nos conseguimos relacionar, entre os quais relacionamentos amorosos, desgostos, questões morais e geracionais. É uma espécie de dom que o artista tem, e é uma das razões porque arrasta multidões tanto com a sua banda como a solo. Assim, aos poucos começou-se a ouvir o público a cantar as canções baixinho e acompanhado-o do princípio ao fim de cada uma. O que foi bastante bonito de se assistir. A sala, apesar de ser grande, é ideal para concertos deste género porque consegue levar pessoas suficientes, e a estrutura e acústica da mesma permite um aspeto mais intimista do que é habitual nestes locais.
O grupo paulista consegue juntar rock, jazz, pop nas suas músicas fazendo sentido, e tanto traz calma e paz como nos leva a abanar a anca. No concerto, cada escolha de música comprova isso mesmo e ajuda a transmitir um ambiente sonhador. "E no Final" e "Melhor do Que Parece" encerraram o espetáculo.
Apesar de se terem concentrado no novo álbum, tocaram alguns temas mais antigos para satisfazerem os seus fãs mais antigos e, ao mesmo tempo, mostrarem a sua evolução enquanto banda. Foi um bom regresso que não soube a pouco, mas se voltarem nos próximos tempos serão sempre bem-vindos.
O Terno no Capitólio: tudo o que se viveu
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novembro 20, 2019
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