#Throwback: Submarine (2010)
O filme Submarine é uma adaptação do primeiro livro com o mesmo nome de Joe Dunthorne, editado em 2008, e também a primeira longa-metragem que Richard Ayoade produziu e escreveu. A versão cinematográfica estreou a 12 de setembro de 2010 no Toronto International Film Festival. Só chegou às salas portuguesas cerca de um ano depois.
Em vez de ser um filme sobre um romance entre duas pessoas jovens onde tudo ocorre na perfeição e são felizes para sempre, ou até à faculdade, aborda as imperfeições e os erros das relações, dando uma perspetiva mais realista. De um lado, Oliver e Jordana estão a experienciar o primeiro amor um do outro de uma forma pouco convencional até ele a magoar por deixar de falar com ela no momento em que mais precisava de alguém. No outro, a relação dos pais de Oliver está quase no ponto de rutura, sendo que, Jill começa a passar mais tempo com Graham Purvis (Paddy Considine) do que com Lloyd. O que deixa Oliver preocupado, levando-o a fazer os possíveis para impedir a traição da mãe. Um espelho entre um casal mais novo e um mais velho, mostrando que sempre é tudo como se espera.
Ao contrário do livro que se realiza em 1997, a longa-metragem não tem nenhum ano específico. Contudo, tem vários elementos nostálgicos como, polaroids, máquinas de escrever, cassetes e nenhum telemóvel ou computador à vista. O que lhe dá um ar vintage e intemporal. Já a cinematografia desempenha um papel importante na imagem geral. A cada segundo, pode-se pausar e retirar um frame perfeito. Depois também existe um contraste de cores entre o azul e o vermelho, o que pode ser uma representação das emoções que as personagens sentem. Ainda mais, as paisagens de Swansea e os pores do sol dourados, azuis e rosas ajudam a tornar a fotografia ainda mais bonita.
Quanto à banda sonora, tem apenas seis temas e foi escrita por Alex Turner (Arctic Monkeys e The Last Shadow Puppets). Foi a primeira aventura a solo de Alex Turner e a mais minimalista, pois as músicas são todas tocadas só com uma guitarra acústica, por vezes uma elétrica, e guiadas pela sua voz. As letras adequam-se maravilhosamente bem a cada cena em que surgem e são a prova do grande compositor que o vocalista dos Arctic Monkeys é. Mais tarde, a banda sonora até inspirou a sonoridade do álbum da banda britânica que se seguiu, Suck it and See (2011), que inclui “Piledriver Waltz”. Mais uma escolha acertada de Richard Ayoade.
No seu décimo aniversário, é claro que Submarine se tornou um clássico coming-of-age do cinema britânico independente que continua a atrair pessoas para o (re)verem. E de certeza que irá acontecer durante mais uma década.