Emily in Paris: a rom-com dos clichés
A história até parecia prometer, principalmente por ser protagonizada por Lily Collins, mas acaba por ser fraca e cheia de clichés. Quantas vezes é que já se viu uma mulher a viver numa grande cidade repleta de moda, com um trabalho que parece complicado, mas o torna fácil e com uma vida aparentemente perfeita? Milhares de vezes. Também faz lembrar outros filmes e séries semelhantes, como, Gossip Girl (2007) e The Devil Wears Prada (2006). Se calhar, teria resultado melhor se fosse uma longa-metragem em vez de ser dividida por episódios. No geral, acaba por ser tudo previsível e precisava de mais elementos surpresa para se tornar mais interessante, porque se não fosse pelo carisma da atriz britânica, pouco se aproveitava.
A série introduz o ator
francês Lucas Bravo no papel de Gabriel, o vizinho no andar de baixo de Emily e o cozinheiro. Além
de Lily Collins, é a segunda melhor parte dos dez episódios, sendo que, o
romance e a química com Emily é a parte mais cativante da trama e o que desperta interesse no plot
inteiro. Sem Gabriel, seria apenas uma rom-com sem o rom, a paixão, e ficaria a faltar ainda mais qualquer coisa para puxar a atenção das pessoas. Claro que ambos andam às voltas um com o outro até ficarem juntos. Apenas no final, é que finalmente dão a entender que isso pode acontecer. O que deve ser apenas uma justificação para se fazer uma segunda temporada, o mais provável de acontecer. Para ficar tudo mais interessante, Emily, Gabriel e Camille (Camille Razat), a (ex)namorada de Gabriel, deviam ficar numa relação os três, porque é das poucas coisas que faz sentido na série. Ainda mais, quando há vários momentos que podem indicar o avanço dessa história, mas, tal como inúmeras partes, não chega a ser mais desenvolvida.
Basicamente, é uma visão americana de Paris, tal como Emily chega à cidade para dar a sua opinião do outro lado do atlântico, fazendo várias críticas aos franceses, por vezes, baseadas em estereótipos. Alguns são verdade, e outros não são a realidade de todas as pessoas francesas. Em vários momentos, exageram demasiado nessas ideias, o que é só desnecessário
Emily in Paris não é a melhor série deste ano,
e quase que se prevê tudo antes do final de cada episódio. Contudo, é leve e boa para
passar o tempo e ver-se algo sem se pensar muito enquanto se assiste a algumas imagens de Paris e à fantasia de Emily. Podia ser muito melhor, mas
não é péssima.