Mallu Magalhães no Auditório Municipal Augusto Cabrita: as fases da esperança
Para trazer o ambiente habitual intimista dos seus concertos, a artista começou com o tema "Fases da Lua", num palco escuro, acompanhada por Fred Ferreira (bateria), Vasco Alessandro Moura (baixo), Zé Vito (guitarra) e Cláudio Andrade (teclado) na sua banda. Logo, ouviu-se o "tim-tim-tim-tim" da animada "Barcelona", que trouxe boa disposição ao público, e, ainda, a inconfundível "Sambinha Bom" de Pitanga (2011). A seguir, foi a vez da reconfortante "Casa Pronta", dedicada à sua filha Luísa. À medida que o concerto foi avançando, Mallu conseguiu trazer um sorriso estampado na sua cara e os seus movimentos de dança que conquistam qualquer pessoa que assista ao seu espetáculo. Nos momentos mais emocionantes e retrospetivos, agarra a atenção da plateia que a acompanha nessa viagem desde a primeira nota até à última.
Mais à frente, a sua banda abandonou o palco e ficou apenas a artista com a sua guitarra acústica e sentada enquanto cantava "Tchubaruba". Contudo, um dos momentos mais fortes chega com "Será que um dia", com o teclado de Cláudio Andrade atrás, onde se entregou completamente e mostrou a força da sua voz ao cantar "Será, que um dia desses você vai dizer/ Que se cansou das minhas aventuras/ Que está na hora de viver as suas/E já não pode me acompanhar" a plenos pulmões enquanto se sentia a sua emoção a cada palavra da letra, acabando por dizer "eu sou muito dramática" no final. Com o fim desta parte mais íntima e emocional, os restantes membros da sua banda voltaram ao palco e ouviram-se mais alguns temas clássicos, como, "Me Sinto Ótima" da Banda do Mar e "Velha e Louca", e o mais recente "Quero Quero", cantado entre risos.
Quase no final, Mallu voltou a ficar sozinha para cantar "Olha Só Moreno" e tocá-la no teclado, em que a sua voz sobressaiu novamente. De seguida, chegou a "essa história de vai e vem" com as palmas do público em sincronia ao ritmo da música. Antes do encore, ainda houve tempo para contar sobre a última vez que esteve no Barreiro, quando Fred Ferreira teve um furo no pneu, e como adorou conhecer a cidade de dia e, ainda mais, para "América Latina", a canção de abertura do seu novo disco.
O concerto terminou com "Mais Ninguém", também da Banda do Mar, com as pessoas a mexerem-se nas cadeiras do auditório e a baterem palmas. Apesar de lá fora parecer que vinha uma tempestade, Mallu Magalhães conseguiu trazer a sua atitude calorosa e esperançosa ao Barreiro nesta noite fria.