The Kooks no Sagres Campo Pequeno: uma viagem até 2006
A aguardada tour europeia do primeiro álbum dos The Kooks, Inside In/Inside Out (2006), começou em Lisboa, no agora Sagres Campo Pequeno, no dia 24 de janeiro. Após um adiamento, a banda britânica finalmente voltou a Portugal e desta vez para celebrar os 15 anos do lançamento do disco que os lançou no mundo da música. Os Stone ficaram a cargo da primeira parte.
Os Stone são uma banda de post-punk do Liverpool formada por Finley Power, Alex Smith, Elliot Gill e Sarah Surrage. Em 2020, lançaram o seu primeiro single “Leave It Out” e em 2022 foi o lançamento do primeiro EP punkadonk. Entretanto, já abriram para o Yungblud e agora estão a acompanhar os The Kooks nesta tour. Apesar das sonoridades serem diferentes, a banda conseguiu agradar a uma parte do público durante meia hora.
A caminharem para perto dos 20 anos de carreira desde a sua formação em 2004 em Brighton, os The Kooks continuam a trazer a sua energia e frescura características do seu britpop, que os meteu no mapa e nos charts por todo o mundo, para o palco. Ao mesmo tempo, o grupo de Luke Pritchard, Hugh Harris, Alexis Nunez e Jonathan Harvey (apenas ao vivo), consegue apelar a diferentes gerações a começar nas que eram adolescentes em 2006, as que eram adolescentes entre 2011 e 2014 e as que são neste momento, tal como se notou no público do concerto.
Luke Pritchard foi o primeiro a apresentar-se no palco para cantar “Seaside”, enquanto tocava o tema na guitarra. A seguir, entraram os restantes membros e partiram logo para as enérgicas “See The World”, “Sofa Song”, “Eddie’s Gun” e “Ooh La”. Fora os temas do primeiro álbum, ainda foram resgatar músicas dos seus álbuns posteriores, como, “Bad Habit”, acompanhada em uníssono pelo público, e “Sweet Emotion” de Listen (2014); “Connection”, “Cold Heart”, “Closer” e “Modern Days” de 10 Tracks to Echo in the Dark (2022). Ainda se ouviu “Always Where I Need To Be” e “Do You Wanna” do disco Konk (2008).
A certa altura do espetáculo, Luke Pritchard disse para as pessoas imaginarem que estavam em 2006, “if only”, e foi o que aconteceu durante mais de uma hora. Contudo, a banda também passou por outros dos seus greatest hits que foram tão ou mais bem recebidos, por vezes, do que os do primeiro álbum. Se com Inside In/Inside Out fez-se uma viagem até 2006, quando se ouviu os primeiros acordes de “Junk Of The Heart (Happy)” teve-se direito um shot de serotonina como se fosse 2011, e foi a última canção antes do encore. Quando voltaram, foi a vez de tocarem “Matchbox” e “No Pressure”, e claro que “Naive” ficou para o final para terminarem o concerto em grande e deixarem as pessoas em êxtase.
A festa de aniversário do Inside In/Inside Out esteve repleta de nostalgia, como seria de esperar, e também que os The Kooks conseguem sobreviver bem ao passar do tempo com as suas músicas intemporais e a energia que têm ao vivo. Ainda bem que finalmente foi possível testemunhar-se isso nesta tour que era para ter acontecido há mais tempo.