D’alva no Lux Frágil: a reunião familiar da pop nacional

 

Após um concerto explosivo no MEO Kalorama de 2022, os D’alva atuaram pela primeira vez no Lux Frágil numa sala cheia de pessoas ansiosas para verem e ouvirem a apresentação do seu terceiro e novo álbum, SOMOS (2022), numa noite repleta de união e o melhor da pop nacional.

 

A banda composta por Alex D’alva Teixeira, Ben Monteiro e Gonçalo de Almeida, voltou a pisar um palco lisboeta com a sua energia habitual e sem esquecer as suas origens, começou por Frescobol do primeiro disco #batequebate (2014), com os primeiros convidados a subirem ao palco, e Zé Maria (Pimenta Caseira) no saxofone. A seguir foi a vez de Bernardo Fesch no baixo em Física ou Química de Maus Êxitos (2018).

 

Como a festa só poderia ser feita em família e com amigos, mais convidados continuaram a juntar-se à banda, e a primeira convidada a cantar ao lado de Alex D’alva Teixeira foi Carolina Barreiro, que já fez parte do grupo, em Mas Só Se Quiseres. A seguinte foi Isaura em Sala de Espera, uma letra que tem um duplo significado: metafórico e realista. Na sombria Desconforto foi a vez de Ana Cláudia subir ao palco. Enquanto Joana Espadinha e Primeira Dama atuaram em Canções e Cláudia Pascoal no tema Honesty Bar.

 

A razão desta reportagem começar pelos convidados presentes é porque um concerto dos D’alva é sempre como uma reunião familiar, tanto em cima como fora do palco, daí trazerem todas as pessoas que fazem parte do novo álbum no mesmo concerto como fizeram nesta noite. Apesar de ser complicado de gerir às vezes, e com algumas falhas técnicas pelo meio, não poderia ter sido de outra maneira.

 

É realmente ao vivo que os D’alva mostram a elasticidade que fazem dentro da Pop desde a Homologação com um refrão catchy e que dá para fazer alguns passos de dança, passando pelos synths dos anos 80 de Só A Pensar e Coração à Discrição até ao seu lado mais metaleiro com direito a headbanging em Verdade sem Consequência. Se a Pop pode tudo, os D’alva também podem tudo e conseguem misturar várias inspirações musicais diferentes, com as influências de cada membro, nas suas músicas de uma forma que lhes é natural e faz todo o sentido. Nos concertos é quando essa mescla se junta no mesmo espaço de tempo com a garra que têm em palco, sendo bem recebida pelo público mesmo nos seus diferentes momentos e, inclusive, nos mais calmos como em Demais, interpolada por Thinkin About You de Frank Ocean.

 

Quer seja em festivais ou numa sala como o Lux, a versatilidade dos D’alva sobressai ainda mais nos concertos, deixando o público em êxtase durante e depois dos concertos. Além disso, a honestidade presente nas interações que têm com a plateia e que está cada vez mais assente nas suas letras, torna a experiência muito mais genuína e íntima.

 

Para quem é do Porto e quiser experienciar um concerto dos D’alva no Norte, terá a oportunidade de o fazer no próximo dia 24 de fevereiro, no M.Ou.Co.