Expresso Transatlântico no B.leza: bailar a ressaca




Os Expresso Transatlântico subiram ao palco do B.leza no dia 12 de outubro para apresentarem o seu primeiro álbum Ressaca Bailada, que foi lançado a 29 de setembro, numa sala cheia com um público ansioso por ouvir as novas músicas. 

Tal como aconteceu em dezembro do ano passado no Musicbox, os Expresso Transatlântico voltaram a esgotar uma sala em Lisboa desta vez com mais algumas músicas para tocarem. O trio composto por Rafael Matos, Sebastião e Gaspar Varela que ao vivo se fez acompanhar por Tiago Martins, no baixo, José Cruz, no teclado, e Iúri Oliveira, na percussão, atuou com mais garra e mostrou o crescimento que tiveram nestes meses. 

Com o público bem perto do palco, a banda entrou em palco e começou com uma introdução que partiu para para o primeiro single editado, Primeira Rodada, e, de seguida, foi servido um Western à Lagareiro. Nestas duas músicas, a audiência ainda parecia um pouco tímida e depois de um incentivo de Gaspar para se dançar ao som de O Gangster (Canção para Dead Combo), que foi dedicada ao falecido Pedro Gonçalves dos Dead Combo, e com claras inspirações do duo de Pedro e Tó Trips, começou-se a mexer. 

A festa continuou com a mais calma Porque Nada tem um Fim, a bela Azul Celeste e a efusiva Bombália. Após este frenesim e dança de pés, chegou um momento mais calmo com o solo de Gaspar onde ficou sozinho em palco a tocar maravilhosamente a sua guitarra portuguesa e tocou como se estivesse apenas ele e a guitarra no mundo e nada nem ninguém o impedisse desta introspeção. Da sua guitarra, ouviram-se os temas Variações em Lá Menor, de Artur Paredes, Verdes Anos e Fado Lopes de Carlos Paredes.

A banda voltou ao palco e mal se ouviram os primeiros acorde de Barquinha, uma das melhores nacionais lançada no ano passado, ficou a questão se Conan Osiris, não anunciado, iria aparecer em palco para cantar ou não e, felizmente, apareceu discretamente e quando começou a cantar a primeira parte, o público ficou em êxtase e acompanhou-o em coro. Com um casaco comprido e preto de cabedal e com o cabelo apanhado, Conan Osiris cumpriu o que veio fazer: entoar a sua bela e característica voz e mostrar que as pessoas têm saudades de o verem a atuar num palco. 

Antes do encore, o grupo ainda tocou Ressaca Bailada e Beco da Malha. Voltaram ao palco com Eu Dantes Cantava, um cover de Celeste Rodrigues a bisavó de Gaspar e Sebastião, e a antiga Alfama, Texas que trouxe o grande final. 

Este concerto esgotado no B.leza comprovou que os Expresso Transatlântico têm a postura rockeira que sai naturalmente das suas músicas e, ao mesmo tempo, conseguem ir buscar inspirações tradicionais pois, se de um lado Gaspar toca a sua guitarra portuguesa, do outro Sebastião toca a guitarra elétrica e Rafael Matos conjuga tudo na sua bateria. Enquanto que Tiago Martins, Iúri Oliveira e José Cruz adicionam novas componentes e ajudam a compor o resultado final. Isto tudo acompanhado por Gaspar a bater o pé em palco ao ritmo dos temas e a fazer crowdsurfing, Sebastião a incentivar o público a dançar e Rafael a agradecer. 
 
Além disso, o trio consegue chegar a diferentes gerações por juntar as suas influências tradicionais, familiares e mais modernas nas suas melodias que são apelativas tanto para boomers, millennials e zoomers, o que se percebe pela diferença de idades na plateia.


Expresso Transatlântico @ B.leza
Expresso Transatlântico no B.leza: bailar a ressaca Expresso Transatlântico no B.leza: bailar a ressaca Reviewed by Watch and Listen on outubro 19, 2023 Rating: 5

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