The National no Sagres Campo Pequeno: os regressados mais bem recebidos em Portugal
Os The National regressaram a Portugal para apresentarem os seus dois álbuns editados este ano, First Two Pages of Frankenstein e Laugh Track, com três concertos onde passaram primeiro pelo Porto, na Super Bock Arena, e depois desceram para Lisboa para duas datas no Sagres Campo Pequeno. A primeira parte ficou a cargo de Bartees Strange.
A banda formada por Matt Berninger, os gémeos Aaron e Bryce Dessner, Bryan Devendorf e Scott Devendorf já conquistou o público português há muito tempo tanto que enche ou esgota salas nacionais nos últimos anos mesmo que venham cá com cada tour que fazem e a contar com 21 concertos em solo português. Os dois concertos não foram exceção, mas cada um teve direito a um alinhamento diferente. Na segunda data, 7 de outubro, Day I Die, I Need my Girl e Light Years, por exemplo, saíram da setlist e entraram temas como Smoke Detector, Send For Me e Eucalyptus e, assim, conseguiram não repetir nenhuma música, exceto a última.
Nesta segunda data, decidiram começar este concerto com o tema Sea of Love seguido de Eucalyptus e Deep End (Paul's in Pieces) dos dois novos álbuns. Logo no início, o vocalista Matt Berninger trouxe a sua energia incomparável para o palco enquanto cantava quase cara a cara para os fãs, agarrava-lhes nas mãos e tirava-lhes os cartazes das mãos. Já os gémeos Dessner sorriam para o público de vez em quando para a casa cheia que ansiava pelo que seguiria em mais de duas horas.
Apesar de terem editado dois álbuns este ano, o grande destaque nesta noite foi para o álbum Trouble Will Find Me (2013) que contou com os temas I Should Live in Salt, Demons, Don't Swallow the Cap, Rylan, Graceless e o primeiro já mencionado, Sea of Love. Pode-se dizer que o alinhamento foi feito para os fãs que o acompanham a banda há muitos anos e tocaram músicas que já não tocavam há algum tempo e ainda houve a estreia ao vivo de Santa Clara, single de 2007, dedicada a um pai e à sua filha que conheceram Matt um dia antes.
Muitas emoções foram vividas e sentidas durante o espetáculo, principalmente para quem se relaciona mais com as letras das músicas do grupo, mas a principal foi o amor correspondido entre a banda e o público que foi sentido desde o palco até à última bancada. A prova disso é que dedicaram Smoke Detector aos seus maiores fãs que os seguem por todo o lado, alguns encontravam-se nas primeiras filas, Carin at the Liquor Store dedicada à mulher de Matt, Carin Besser e Tour Manager que foi decidada à sua equipa. Só nestes momentos, mostraram que a sua relação com os seus fãs e as pessoas à sua volta é realmente especial e difícil de se replicar com outra banda a não ser com os The National.
Perto do final e depois do encore, Matt desce do palco, passa pelas grades na primeira fila e sai para o meio do público na plateia e continua a andar até às primeiras bancadas enquanto canta cara a cara e a olhar e a tocar em algumas pessoas até onde o fio do seu microfone esticar. O que, mais uma vez, mostra a relação próxima e bonita que a banda tem com os seus fãs.
O concerto terminou da forma mais bonita possível com o público todo a cantar em uníssono Vanderlyle Crybaby Geeks, com Bartees Strange a juntar-se ao grupo em palco, e não podia ter acabado de melhor forma com este momento em que nem era preciso ouvir-se a voz de Matt porque o público cantava por ele. Assim, as duas horas e meia de concerto comprovaram que os The National serão sempre bem vindos em Portugal e que o público português nunca se fartará deles depois destes três concertos fenomenais.