Humana Taranja na Galeria Zé dos Bois: a esperança no futuro
Os Humana Taranja apresentaram o seu novo álbum, EUDAEMONIA, na Galeria Zé dos Bois, em Lisboa, no dia 28 de novembro. O grupo barreirense trouxe os convidados que fizeram parte do álbum para se juntarem em palco numa noite carregada de emoções, amigos, novos fãs e esperanças futuras sobre a música nacional.
A primeira parte foi feita por Polivalente, o projeto de João Valente, juntamente com Nico no teclado, e começaram esta noite da melhor forma com a apresentação do EP BIRRA!, editado em maio. O punk psicadélico de Polivalente exaltou logos os ânimos no meio do público, quer para quem já conhecia ou não. As suas letras mais políticas ajudaram ainda mais nessa animação.
Polivalente volta ao palco e sozinho começa a tocar LONGE, o primeiro tema do disco, e por entre distorções no sintetizador, a banda vai entrando em palco ao som desta melodia explosiva. Seguiu-se a animada DIGO TUDO e Zafir, retirada do primeiro álbum, que foi dedicada a Violeta Luz, a vocalista dos Dead Club, e mereceu uma invasão de palco da própria para cantar a música ao lado de Guilherme. Após estes momentos, sabia-se que o resto do concerto só poderia melhorar.
A convidada seguinte foi Evaya para cantar o tema CASA com a banda, e encantou o público com a sua belíssima voz. Depois, ouviram-se músicas como Estrela Polar, que originou o primeiro mosh, e a emocionante CAMINHO DA BALA, que deixou as emoções à flor da pele, para um momento mais calmo e introspetivo com DE PÓ A NADA a seguir. Os ânimos voltaram a subir com BANHO QUENTE, um dueto entre Guilherme e Filipa, e, ainda, GUERRA.
Já perto do final, Alex D’Alva Teixeira aparece em palco para cantar no tema DEIXA ARDER e é aqui que a loucura tanto no público como em palco se instala realmente. Com a presença sempre poderosa e incrível de Alex, o artista puxa logo pelo público pela maneira como se move e canta passando o microfone a algumas pessoas no público que cantam tão ou mais alto que ele.
O culminar deste frenesim chegou com PODEM ENTRAR que mereceu uma invasão de palco do público e levou o técnico, Miguel Gomes (Chinaskee), a fazer crowdsurfing. Tal como a letra diz, todos podem entrar mesmo que seja um palco pequeno como o da ZDB. Este final representou bem o que se sentiu e experienciou durante o concerto inteiro: amizade, um público atento à música e uma nova banda pronta para rebentar no meio nacional. Desta forma, os Humana Taranja mostram que ainda é possível fazer-se indie rock interessante e com alma atualmente mesmo que seja com poucos meios.
Texto e fotos: Iris Cabaça