RY X no LAV – Lisboa Ao Vivo: a intimidade da música

RY X regressou a Portugal para dois concertos a solo, um em Braga, inserido no festival Fenda, e outro em Lisboa, no LAV – Lisboa Ao Vivo. Após ter passado no Lux Frágil em 2015 com o seu projeto Howling, uma banda formada pelo próprio e Frank Wiedemann, e pelo NOS Alive em 2019, chegou finalmente a altura de concertos em nome próprio e com os bilhetes esgotados, como aconteceu no LAV no dia 27 de novembro.

 

O concerto de abertura ficou a cargo da artista britânica Laura Misch, cuja mistura de eletrónica e jazz com o seu saxofone, encaixou perfeitamente na música intimista de RY X. Com algumas melodias calmas que parecem evocar elementos da natureza, e outras mais animadas, a artista conquistou o público no seu curto concerto. 

 

 

 

Apesar de o último disco de originais de RY X ter sido lançado em 2022, Blood Moon, o alinhamento deste concerto e da tour focou-se mais no seu álbum de estreia Dawn, editado em 2016, e algumas músicas de Unfurl (2019). Contudo, o público que o segue há mais tempo e que esperou por este concerto durante alguns anos não se pareceu importar com isso e até agradeceu por ouvir alguns dos seus primeiros temas e que, provavelmente, tornaram muitas das pessoas ali em fãs, e foi bom ver tantas pessoas saberem apreciar a sua música.

 

Por outro lado, nem todas o souberam fazer porque durante o concerto todo ouviu-se pessoas a falarem por cima e ouviu-se outras a dizerem “shhhhh” para as mandarem calar. Talvez a sala ser tão espaçosa dos lados e não ter o melhor sistema de som não tenha ajudado muito, ao contrário do Theatro Circo que parece ser a sala ideal para um artista como ele, mas tantas conversas que poderiam ter sido guardadas para depois do espetáculo e não foram.

 

Felizmente, as suas músicas com uma mistura de folk e eletrónica falaram mais alto e mal se ouviu o refrão de Sweat, o primeiro tema, deixou o público encantado a admirar a sua voz e letras. A admiração continuou com Salt, Bound e, uma das mais esperadas, Berlin. Também apresentou o seu mais recente single You, uma colaboração com os Hermanos Gutiérrez. Já com The Water e Howling trouxe o seu lado mais eletrónico com loops que lhe rendeu vários aplausos e gritos da plateia.

 

O artista australiano também confessou que este era um dos concertos pelo qual aguardava mais na tour europeia porque queria muito regressar a Lisboa, e ainda bem que regressou para este concerto a solo. Only trouxe o final de cerca de uma hora e dez minutos de momentos bonitos e intimistas que só a sua música consegue proporcionar.